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Líder do DEM nega blindagem da oposição a Cunha e diz que nota por afastamento foi suficiente

Para Mendonça Filho, texto divulgado no fim de semana mostra que oposição quer que peemedebista deixe a presidência da Câmara

Por Daiene Cardoso
Atualização:

Brasília - O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), desconversou nesta quarta-feira, 14, sobre a reação tímida da oposição ao processo por quebra de decoro parlamentar proposto pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade no Conselho de Ética contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nenhum parlamentar dos partidos adversários da presidente Dilma Rousseff assinaram o documento. Apesar disso, Mendonça nega haver blindagem ao peemedebista e disse que a manifestação por meio de uma nota, no fim de semana, já seria suficiente para marcar a posição do grupo.

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"Ninguém vai ser blindado por nenhum partido de oposição", declarou o líder do DEM. Mendonça defendeu "ampla e total apuração" das denúncias de que Cunha teria contas ocultas no exterior e ressaltou que ainda precisam receber as provas em poder da Procuradoria-Geral da República (PGR) "para que possam conhecer a verdade". 

PSDB, PPS, PSB, SD e DEM divulgaram uma nota no sábado na qual pedem o afastamento do peemedebista logo após a revelação de que as contas na Suíça pagaram despesas pessoais de parentes de Cunha. Mendonça rechaçou a tese de que a mensagem divulgada tenha sido "jogo de cena". "Nós já nos manifestamos por nota. A nossa manifestação foi pública, ampla e nessa direção: propondo o afastamento dele", afirmou o líder.

Na terça-feira, parlamentares do PSOL e Rede defenderam no plenário o afastamento de Cunha e pediram o apoio dos colegas para o processo protocolado no Conselho de Ética. Embora deputados de outros cinco partidos, incluindo o PT, tenham assinado o documento das duas siglas, governistas e oposicionistas silenciaram e ninguém foi à tribuna dar apoio ao pedido.

Integrantes da oposição deputados Rubens Bueno, Paulinho da Força, Carlos Sampaio, Mendonça Filho, Bruno Araujo e Rodrigo Maia, saindo de reunião com o Presidente da Câmara Eduardo Cunha onde combinaram um aditamento ao pedido de impeachment protocolado porHélio Bicudo d Foto: André Dusek/Estadão

Horas antes, ainda pela manhã, os líderes da oposição foram recebidos por Cunha em sua residência oficial, em Brasília. Na ocasião, o peemedebista disse aos adversários de Dilma que eles o derrubariam um dia depois de decidir pela abertura de um processo de impeachment contra a presidente e demonstrou irritação com a nota na qual PSDB, DEM, PPS, PSB e SD defendem seu afastamento do comando da Câmara. Os líderes da oposição alegaram que a nota foi uma resposta à pressão das bases, mas que Cunha poderia continuar contando com o apoio deles.

Nesta quarta, Mendonça disse que não há dependência da oposição - que busca o deferimento do pedido de impeachment de Dilma - em relação a Cunha e que espera que o presidente da Câmara aja de forma "impessoal". "Espero que ele cumpra seu dever constitucional, que cumpra com sua obrigação."

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