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Líder do governo manobra pra ganhar espaço na CPMI; veja quem deve ser membro por PT e PL

Randolfe Rodrigues trocou de bloco de última hora, provocando a perda de um assento da oposição; partido de Bolsonaro pode indicar filho do ex-presidente e investigado no STF por envolvimento no 8 de janeiro

Foto do author Levy Teles
Foto do author Vera Rosa
Por Levy Teles e Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA - Líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) manobrou para garantir mais uma vaga ao governo e retirar uma cadeira da oposição na composição dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) dos atos golpistas. Randolfe trocou o bloco composto po PSDB, Podemos, MDB, União e PDT, que tinha seis assentos para senadores, para ir ao bloco do PT, PSB e PSD de modo a garantir mais uma cadeira, igualando o número do grupo que ele antes fazia parte.

Com a troca, o bloco da oposição, composto pelo Novo e PL pode perder uma cadeira e ficar com duas vagas, assim como o grupo de PP e Republicanos. Dos seis, o PT poderá ter dois senadores. Senado e Câmara têm direito a 16 lugares cada na CPMI.

Senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Senado, manobrou para reduzir vagas da oposição na CPMI dos atos golpistas Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

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Na Câmara, a expectativa é que o “blocão” de Lira, que reúne PP, União Brasil, PSDB, Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota, tenha direito a cinco vagas; o União, o PP, a federação PSDB e Cidadania, o PDT e o PSB deverão ter direito a uma indicação cada. No bloco do MDB, PSD, Republicanos e Podemos, cada uma das legendas terá direito a uma vaga. Caso o governo deseje que André Janones (Avante-MG), principal mobilizador do grupo nas redes sociais, participe da CPMI, dependerá que uma das legendas ceda espaço para o Avante, que tem um número menor de deputados.

União Brasil e do PP devem optar pela moderação. Arthur Maia (União-BA) e André Fufuca (PP-MA) são os mais cotados — ambos também são favoritos para assumir a presidência. Para Fufuca, pesa o fato de ser um aliado estadual do ministro da Justiça, Flávio Dino, que deverá ser investigado pela comissão. Maia, apesar de aliado regional do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, tem aceitação da oposição e do governo, que entende que é alguém “republicano” e com quem é possível dialogar.

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, deverá ter uma cadeira a mais que o PT e ocupar três vagas na Câmara. A federação PSOL-Rede terá direito a indicar um nome. Cada um dos grupos, tanto no Senado como na Câmara, têm direito a indicar suplentes.

Tanto o PT como no PL já tem os nomes mais cotados para participar da comissão na Câmara e no Senado. O mais controverso deles é André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento da CPMI. Fernandes tem forte rejeição do governo por ser um dos investigados pelo STF sobre responsabilidade no protesto do 8 de janeiro.

A Procuradoria-Geral da República pediu apuração da Corte com base em publicações que, segundo órgão estimularam as ações de radicais que invadiram e depredaram dependências do Supremo, Planalto e Congresso. No Twitter, ele convocou as pessoas disse que estaria no ato na Praça dos Três Poderes e publicou uma foto da porta do armário de togas do ministro Alexandre de Moraes, arrancada pelos vândalos, com a legenda “quem rir vai preso”.

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Confira os nomes de PT e PL:

PT na Câmara:

Lindbergh Farias (RJ)

Rogério Correia (MG)

PT no Senado:

Fabiano Contarato (ES)

Rogério Carvalho (SP)

PL na Câmara

Eduardo Bolsonaro (SP)

André Fernandes (CE)

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Alexandre Ramagem (RJ)

PL no Senado

Magno Malta (ES)

Carlos Portinho (RJ)

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