PUBLICIDADE

Lira afasta deputado do PT e dá posse a aliado de Bolsonaro

Decisão do presidente da Câmara foi tomada um dia depois de ministro do STF revogar cassação do mandato de Valdevan Noventa

PUBLICIDADE

Foto do author Lauriberto Pompeu
Por Lauriberto Pompeu
Atualização:

BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), decidiu nesta sexta-feira, 3, afastar o deputado Márcio Macedo (PT-SE) da cadeira, devolvendo o mandato de Valdevan de Jesus (PL-SE), conhecido como Valdevan Noventa. Um dos vices-presidentes do PT e também tesoureiro da pré-campanha de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, Macedo havia assumido a vaga de deputado por ser suplente.

PUBLICIDADE

A ação de Lira ocorreu um dia depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kássio Nunes Marques, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, revogar a cassação do mandato de Valdevan. O deputado, porém, ainda pode ser cassado novamente caso o Supremo decida acatar recursos contra a decisão de Marques.

O PT recorreu nesta sexta-feira, 3, da decisão que anulou a perda do cargo de Valdevan. “É preciso o reconhecimento da autoridade do Tribunal Superior Eleitoral e de suas decisões, sob pena de se impor maior insegurança jurídica no cenário jurídico eleitoral”, afirmou o partido na ação.

Em março, o TSE cassou o mandato de Valdevan, aceitando a denúncia de que ele fraudou doações de campanha. Moradores dos municípios de Estância e Arauá, em Sergipe, tiveram os nomes usados para simular doações ao candidato. Ao negar a decisão do TSE, nesta quinta-feira, 2, Nunes Marques afirmou que não foi dada ao deputado a oportunidade de ter acesso ao recurso contra o julgamento.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, devolveu o mandato de Valdevan de Jesus Foto: Paulo Sergio/Agência Câmara

Além disso, o magistrado também decidiu retomar o mandato do deputado estadual Fernando Francischini (União-PR), aliado de Bolsonaro, que havia sido afastado por divulgar notícias falsas na eleição de 2018. Francischini questionou as urnas eletrônicas e afirmou, sem provas, existir um complô para que Bolsonaro não recebesse votos.

No caso do deputado estadual, a decisão é simbólica porque envolve um discurso de enfrentamento às instituições amplamente usado pelo presidente. A revogação do afastamento do mandato também deve ser analisada novamente por mais ministros do STF.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.