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Lula reforça papel ridículo no mundo ao agir como ‘isentão’ diante da ameaça venezuelana à Guiana

Presidente brasileiro entrega ao exterior país sem senso moral, sem nenhuma ideia útil a sugerir, nem para os seus vizinhos, e sem palavra

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colunista convidado
Foto do author J.R.  Guzzo
Por J.R. Guzzo
Atualização:

Na posição de “protagonismo” internacional que teria devolvido ao Brasil, segundo ele próprio, sua mulher Janja da Silva e o ministro de Relações Exteriores que existe na prática, Celso Amorim, o presidente Lula completou o primeiro ano de sua obra no mesmo embalo em que começou. Diante da agressão grotesca contra a Guiana feita pela Venezuela, por enquanto limitada à discurseira e às ameaças do agressor, Lula não foi capaz de tomar a decisão certa – tão certa que não passou pela cabeça de nenhuma nação séria do mundo fazer qualquer coisa diferente. A Venezuela só poderia mesmo ser condenada: quem anuncia um ataque a um país vizinho pacífico, e sem força militar para se defender sozinho, não pode ter razão, ponto final. Lula acha que não é assim.

Presidente brasileiro sugeriu negociação entre a Venezuela, que quer invadir, e a Guiana, que pode ser invadida, em vez de criticar Nicolás Maduro  Foto: André Coelho/EFE

A Venezuela anunciou que quer anexar dois terços – isso mesmo, dois terços – do território da Guiana, e qual é a proposta do Brasil, segundo o personagem que se descreve como “líder da América do Sul”? Propõe que a Guiana e a Venezuela “negociem”. Negociar o que? A Venezuela quer roubar dois terços do território da Guiana, e Lula propõe “negociação”? Ele poderia, nesse caso, apresentar alguma ideia concreta para a solução daquilo que chama de “conflito”. O que Lula sugere que a Guiana faça, dentro da “negociação” que está propondo aos dois? Que entregue à Venezuela, digamos, um terço do seu território, em vez de dois? Estaria ganhando um terço. A Venezuela, em vez dos dois terços que quer, cederia e ficaria só com um. Cada país, assim, leva uma parte igual, e não se fala mais nisso.

Essa é a diplomacia de Lula, e esse é o seu “protagonismo” como grande líder da América do Sul e como nova potência do “Sul Global”. Tudo o que conseguiu como negociador da paz mundial foi levar o Brasil a um papel ridículo no cenário internacional – um paiseco que não tem senso moral, não tem nenhuma ideia útil a sugerir, nem para os seus vizinhos, e não tem palavra. A esquerda acusava o Brasil de ser um “pária internacional”, até a chegada de Lula ao governo. Agora não é mais pária – é isso aí. Lula, nesses seus primeiros onze e meses de diplomacia, já disse que a Ucrânia era responsável pela invasão militar do seu próprio território. Condena, como “genocídio”, a reação armada de Israel ao maior ataque terrorista que recebeu em sua história. É aliado radical da ditadura dos aiatolás no Irã – um dos regimes mais repressivos do planeta. Meteu-se na eleição presidencial da Argentina e levou uma surra histórica. Tudo o que conseguiu com isso para o Brasil foi o desprezo das democracias mundiais. Quer ser o “isentão” global. Consegue ser apenas o homem que erra sempre.

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