O culto a Iemanjá, a rainha das águas segundo o Candomblé, atraiu milhares de pessoas para o Bairro do Rio Vermelho, em Salvador, no "Dia 2 de fevereiro, dia de Festa no Mar", como diz a canção de Dorival Caymmi. É maior manifestação popular exclusiva do Candomblé na Bahia, pois, ao contrário das outras festas religiosas do Estado, não há sincretismo com devoções católicas. Desde o início da manhã, duas filas imensas se formaram na rua da colônia de pescadores do Rio Vermelho, onde estavam os 300 balaios de vime preparados para receber os presentes para Iemanjá. São flores, perfumes, jóias, bijuterias, espelhos. A vendedora Sulema Freitas levou duas bonecas que confeccionou, e pretendia pedir um marido à rainha do mar. Neuza dos Santos, preparou um barquinho de madeira com flores e uma imagem da sereia a quem iria pedir um emprego. A fama de Iemanjá ultrapassou as fronteiras do Brasil - como prova a grande quantidade de turistas que nos últimos anos presta homenagem à rainha do mar. Hoje um grupo animado de franceses, depois de depositar presentes e ser aspergido com alfazema pelas mães-de-santo que coordenam os trabalhos, deixava o local animado, gritando "Iemanjá, Iemanjá".
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