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MBL vive semana de controvérsias com Monark e jornalista

Aposta de Sergio Moro nas eleições, o MBL entrou no alvo da PGR ao Kim Kataguiri endossar fala polêmica de Monark no Flow Podcast; no fim de semana, o grupo foi criticado por sugerir execução do jornalista Pedro Doria

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Por Davi Medeiros
Atualização:

Integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) estiveram envolvidos em ao menos duas controvérsias esta semana. Uma delas, relacionada à possibilidade de haver um partido nazista no País, teve repercussão massivamente negativa na internet. A outra diz respeito ao jornalista e colunista do Estadão Pedro Doria, a quem um dos coordenadores do movimento sugeriu assassinar com uma lança em tom de piada. 

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Ao divulgar o curso oferecido pelo grupo, um dos coordenadores nacionais do MBL, Renan Santos, sugeriu que os alunos atirassem uma lança no peito de democratas. Entre eles, Pedro Doria. “Está passando, sei lá, o Pedro Doria, entra uma sarissa de três metros no peito do cara, ele cai no Rio de Janeiro”, afirmou Renan. 

Renan brincava com uma afirmação feita por Augusto de Franco, que criticou o fato de o MBL usar a imagem de um soldado espartano — que, segundo ele, seria um ícone antidemocracia — como um dos símbolos do curso. “Ele está fazendo graça do comentário do Augusto, e a maneira como escolheu fazê-lo é explicando que aqueles que desembolsarem mil e tantos reais para fazer o curso do MBL estarão aptos a matar democratas”, afirmou Pedro Doria.

O episódio foi repudiado pelo jornalista, que disse ter aberto um boletim de ocorrência contra Renan. “É claro que é uma piada. Mas uma coisa que nós, jornalistas, aprendemos a prestar atenção nos últimos anos é justamente nesse tipo de ameaça que nem sempre vem com cara de ameaça. Nessa piada, o que o Renan fez foi colocar um alvo nas minhas costas”, afirmou o colunista na segunda-feira, 7. 

Sobre a citação a Pedro Doria, o MBL disse que a resposta de Renan Santos foi uma ironia à crítica que sugere que os alunos da Academia MBL iriam usar lanças para atacar democratas, o que seria “bizarro”, segundo o movimento. “No entanto, se alguém ainda acredita que daremos treinamento militar para os alunos combaterem democratas, inscrevam-se na Academia MBL para tirarem a prova”, disse.

No mesmo dia, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) participou do episódio do Flow Podcast em que o apresentador Monark defendeu a possibilidade de se criar um partido nazista no Brasil. Na ocasião, o parlamentar disse considerar errado o fato de a Alemanha ter criminalizado o nazismo. Mesmo com a repercussão do caso, que levou até à demissão de Monark, o MBL foi às redes endossar e defender a fala de Kataguiri, alegando que o deputado, na verdade, propôs uma maneira de combater o nazismo. 

Kim participou do episódio do Flow Podcast em que o apresentador Monark defendeu a possibilidade de se criar um partido nazista no Brasil. Foto: Reprodução/Twitter Kim Kataguiri

Também integrante do movimento, o pré-candidato ao governo de São Paulo Arthur do Val saiu em defesa de Kataguiri e desqualificou aqueles que criticaram a declaração. “Imagina o oco que deve ser o cérebro de quem diz que o Kim Kataguiri defendeu nazismo? De comunistas eu já esperava ver isso. O que me entristece é ver ditos “liberais”.

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A defesa de Kim pelo MBL não foi unânime entre os seguidores do movimento. Muitos inundaram o perfil oficial do movimento com comentários afirmando que o deputado errou em sua fala e deveria se desculpar. "Reconhece o erro e arca com as consequências", escreveu um seguidor. "Acredito que dessa vez vocês se perderam", publicou outro. Um dos comentários, ainda, diz: "Isso só mostra o quanto você é mais do mesmo. Se tivesse o mínimo de conhecimento, não teria falado e concordado com esse absurdo".

O MBL defendeu que o trecho compartilhado nas redes sociais ignora que o deputado estava tratando da proibição do livro “Mein Kampf”. “Em nenhum momento Kataguiri defende a criação de um partido nazista ou mesmo a legalização do nazismo; pelo contrário, o parlamentar debate sobre as melhores formas de se combater tal ideologia nefasta. A distorção criminosa que estão fazendo nas redes sociais tem motivações unicamente políticas, pois são os mesmo agentes que ignoram falas do Lula dizendo que admira Hitler ou filiados do PCB incitando violência contra membros do STF”, disse em nota.

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