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Para vice-líder do governo, Vargas tem de renunciar à cargo de direção na Câmara

Deputado Henrique Fontana afirmou que vice-presidência é um posto importante para o PT e que Vargas 'não tem como atuar neste momento'

Por Erich Decat
Atualização:

Brasília - O vice-líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (RS), defendeu nesta terça-feira, 8, que o deputado André Vargas (PT-PR) renuncie à vice-presidência da Casa. "Ele tem que entregar a vice-presidência, que é um posto na Câmara essencial ao PT, e neste momento ele não tem como atuar e não pode trancar isso", afirmou Fontana ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, depois de participar de reunião da bancada do PT, que contou com presença do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli.

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Para o vice-líder, Vargas precisa dar explicações sobre o envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. "Tem um conjunto de indícios que ele deve explicar", afirmou Fontana.

As declarações do deputado ocorrem em meio às especulações sobre uma possível renúncia de Vargas, que na segunda-feira pediu licença do mandato pelo prazo de 60 dias para poder se dedicar à sua defesa no episódio com o doleiro.

Segundo o Broadcast Político apurou, uma "comitiva" de deputados do partido pode ser formada para procurar André Vargas ainda nesta terça e pedir que ele deixe o cargo. A Executiva Nacional do PT também deve se reunir nesta quinta-feira para tratar do tema. Uma possível renúncia pode ocorrer, no entanto, antes do encontro da cúpula do PT, uma vez que o processo disciplinar contra Vargas deve ser instaurado nesta quarta-feira no Conselho de Ética da Câmara.

"Se ele renunciar antes da abertura do processo no Conselho, ele deixa de ter a perda das prerrogativas eleitorais. Ou seja, ele vai poder disputar as próximas eleições, não cai na Lei da Ficha Limpa. Se ele não renunciar e aguardar o processo, ele acaba sendo inserido na Lei da Ficha Limpa se for condenado, não podendo, dessa forma, disputar as próximas eleições", explicou o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD-SP).

Izar afirmou que vem sofrendo pressão de integrantes do PT e de outros partidos para adiar a discussão no Conselho para a próxima semana. "Nenhuma chance de ser adiada a discussão no Conselho. Muita gente procurou, pediu, mas a gente tem que tocar para frente esse processo e apurar o mais rápido possível", afirmou o deputado. Ele disse contar com o apoio do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para dar prosseguimento ao processo.

Questionado sobre a avaliação do caso de André Vargas, Izar respondeu: "É assustador. Não posso colocar uma opinião minha agora como presidente, mas, se o que está sendo colocado for verdade, é no mínimo preocupante".

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