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Partidos vão pedir a cassação de acusados no caso sanguessuga

Nilton Capixaba e João Caldas integram a Mesa da Câmara e são apontados como integrantes do esquema que fraudava a compra de ambulâncias com dinheiro público

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Por Agencia Estado
Atualização:

Três partidos políticos - PPS, PV e PSOL - pretendem entrar na semana que vem, provavelmente na quarta-feira, dia 12, com representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara pedindo a cassação dos mandatos dos deputados Nilton Capixaba (PTB-RO) e João Caldas (PL-AL). Os dois são acusados de envolvimento com a máfia da ambulâncias, que desviava recursos do Orçamento para compra superfaturada dos veículos para prefeituras. O esquema que envolve, pelo menos, 60 parlamentares está sendo investigado pela CPI dos Sanguessugas. Na quarta-feira, depois dos depoimentos do delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura e do procurador da República em Mato Grosso Mário Lúcio Avelar, os integrantes da CPI aprovaram por unanimidade requerimento sugerindo o afastamento de Caldas e Capixaba de Mesa Diretora da Câmara. Caldas ocupa o cargo de quarto-secretário e Capixaba a segunda secretaria. No entanto, os dois recusaram-se a deixar os postos. Segundo integrantes da CPI, Capixaba e Caldas fazem parte da lista dos 15 parlamentares que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a abertura de inquérito para investigar a participação no esquema dos sanguessugas. "Vamos apresentar ao Conselho de Ética proposta para abertura de processo contra os dois", disse nesta quinta-feira o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). "Tanto o delegado Tardelli quanto o procurador Avelar foram contundentes em relação ao envolvimento de Capixaba e Caldas e, por isso, o PPS já decidiu entrar no Conselho de Ética contra os dois", afirmou o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que é vice-presidente da CPI dos Sanguessugas. Notificação A CPI dos Sanguessugas já notificou os 15 parlamentares alvo de inquérito aberto pelo Supremo, a pedido da Procuradoria Geral da República. Segundo a secretaria da CPI, dois dos 15 parlamentares recusaram-se a receber a notificação enviada pelo presidente da Comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). No ofício sigiloso, Biscaia dá o prazo de cinco dias úteis para que os 15 notificados apresentem suas explicações por escrito. O processo contra os parlamentares corre em segredo de Justiça e, por isso, seus nomes não podem ser divulgados. Próximo depoimento Na próxima segunda-feira, um grupo de sete do total de 36 integrantes da CPI dos Sanguessugas vai a Cuiabá (MT) para ouvir o depoimento de Maria da Penha Lino. Ela é apontada como o braço da quadrilha, que superfaturava o preço das ambulâncias, no Ministério da Saúde. Na terça-feira, os integrantes da comissão de inquérito vão ouvir o depoimento dos empresários Darci Vedoin, dono da Planam, e de seu filho Luiz Antonio Trevisan Vedoin. "Podemos voltar de Cuiabá já com o relatório pronto da CPI debaixo do braço", afirmou Gabeira. Segundo ele, Vedoin apresentou provas à Justiça de Mato Grosso que deixam claro o envolvimento dos parlamentares com a máfia das ambulâncias. "Acredito que, depois de ouvir esses depoimentos em Cuiabá, vamos precisar de no máximo mais dez dias para apresentar o relatório da CPI", disse Jungmann.

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