Lupi admitiu que se Aécio fosse candidato, decisão do PDT poderia ser outra. Foto: André Dusek/AE
BRASÍLIA - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, recebeu nesta quinta-feira, 28, do ministro do Trabalho e presidente do PDT, Carlos Lupi, o apoio da legenda à candidatura dela à presidência da República. "O partido tem um compromisso nacional. A nossa candidata é a ministra Dilma. Vamos de corpo e alma, sem contrapartida", declarou Lupi, que defendeu uma eleição plebiscitária para que fique claro quem é contra e quem é a favor da continuidade do governo Lula.
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"A ministra Dilma garante a continuidade do governo Lula, com a obrigação de ser melhor ainda, já que a nossa tarefa é sempre suplantar. Porque senão, estamos igual à mesmice que muitos representam", declarou Lupi ao lado da ministra, pouco antes do almoço, na residência dela.
"Continuidade para nós é avançar", emendou a ministra, que fez questão de ressaltar que ainda não é candidata. "Na realidade eu sou uma provável, futura candidata. Porque mesmo em fevereiro, ainda serei pré-candidata, porque candidata só com a convenção", afirmou a ministra, referindo-se à reunião da Executiva Nacional do PT, em fevereiro, quando ele será lançada candidata, e a convenção do PT, para confirmar a indicação. Participam da reunião, na casa da ministra, lideranças do PDT e do PT.
Com relação ao candidato à vice na chapa, a ministra disse que essa discussão ainda não ocorreu. "Essa discussão só vai ocorrer se eu for, a partir de fevereiro, indicada candidata do PT", afirmou.
Carlos Lupi admitiu que o PDT poderá ter dificuldades, em alguns Estados, de reunir um único palanque de apoio à Dilma, mas que essas questões regionais serão resolvidas com cada realidade local. Sobre a ligação do PDT com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, Lupi admitiu que se Aécio fosse candidato à Presidência, a decisão do PDT poderia ser outra.
"Mas eu nunca disse que eu não apoiaria a ministra Dilma", afirmou Lupi, lembrando que já havia garantido ao presidente Lula que, se a ministra fosse candidata, o partido não teria nenhuma dificuldade em apoiá-la.
Lupi lembrou afinidades históricas que existem e esclarecendo que começaram a discutir os palanques estaduais, fazendo um mapeamento caso a caso. O ministro assegurou que não há exigência de manutenção do PDT no ministério do Trabalho e nem a ampliação da bancada na Esplanada. "Não trabalhamos falando em cargos", completou.
O líder do PDT na Câmara, deputado Dagoberto Nogueira Filho (MS), informou que o partido pediu à ministra para integrar a comissão que está elaborando o programa mínimo de governo. Ele disse também que, ao fazer um levantamento da situação do partido no país, a saída que encontraram foi a manutenção de dois palanques em alguns Estados, como, por exemplo, Maranhão e Paraná. Dagoberto disse que a ministra agradeceu muito o fato de o PDT ter sido o primeiro partido a manifestar apoio a ela e que defendeu a unificação da base.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao sair do almoço, classificou como fundamental a decisão do PDT de apoiar a ministra Dilma, ressaltando que a forte presença sindical do partido fortalece a candidatura da ministra.
Após o almoço, Dilma saiu de sua residência e foi para o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Ao sair, ela contou que telefonou para o presidente Lula e que ele está muito bem.