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Por Mário Scheffer

No tema da pandemia, Bolsonaro foi nocauteado por Lula

Ao desarquivar todos os vestígios dos desmandos do presidente, petista reavivou a memória de milhões de brasileiros que irão às urnas novamente

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Por Mário Scheffer
Atualização:

No debate do último domingo, no round sobre a covid, Lula esteve prestes a deixar Bolsonaro na lona, mas o tema da corrupção fez com que o confronto fosse reiniciado com os dois em pé.

Acertou a campanha de Lula ao preparar o candidato para explorar a funesta atuação de Bolsonaro durante a pandemia.

Nos longos minutos reservados à pandemia, em que a única defesa de Bolsonaro foi a esquiva. Foto: Werther Santana/Estadão

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Lula desferiu golpes de curta distância, usou corretamente os indicadores epidemiológicos de mortes proporcionais ("o Brasil tem 3% da população mundial, e teve 11% das mortes por covid no mundo") e de mortes evitáveis ("mais da metade dos 680 mil óbitos não deveria ter ocorrido").

E desmentiu uma afirmação recente de Bolsonaro, de que crianças não morreram por causa da covid no Brasil. Lula acertou, a covid matou no País perto de duas mil crianças de 0 a 12 anos.

O ex-presidente manteve a vantagem, quando acusou Bolsonaro de decretar sigilo sobre o cartão pessoal de vacina "para ninguém saber se você tomou ou não tomou"; de nomear Pazuello, "um ministro que não entendia nada de Saúde"; divulgar a cloroquina, "remédio que a ciência negou o tempo inteiro"; e não respeitar os laboratórios públicos Butantan e Fiocruz, "que poderiam ter lhe ajudado".

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O candidato do PT deixou o rival nas cordas, quando disse: "o senhor não se dignou a visitar uma família que teve alguém que morreu de covid e, depois, para mostrar que é bonzinho, tentou ir no enterro da rainha da Inglaterra".

Nos longos minutos reservados à pandemia, em que a única defesa de Bolsonaro foi a esquiva, o candidato à reeleição ofereceu aos espectadores um passatempo adicional, o jogo dos sete erros.

De nível fácil, eis aqui o gabarito:

1) "Falam que atrasei a vacina em 2020. Não existia vacina à venda".

2) "Eu sempre disse que as pessoas saudáveis não tinham o que temer ao tocante à covid".

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3) "A vacina é para quem ainda não foi contaminado."

4) "O que eu fui contra foi o protocolo do seu Mandetta que mandava a pessoa infectada ir para casa até sentir falta de ar."

5) "A questão do tratamento precoce, tendo ou não comprovação científica, tirou-se a autonomia do médico".

6) "Os enterros eram com caixão lacrado; ninguém podia ir ao enterro, nem familiares".

7) "Eu visitei hospitais, sim, e o senhor não tem conhecimento".

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Após o sucesso da vacinação, o fim da pandemia está próximo, mas ao desarquivar todos os vestígios dos desmandos de Bolsonaro, Lula reavivou a memória de milhões de brasileiros que irão às urnas novamente.

Quando mazelas da saúde entram na cena eleitoral, assunto do qual governo nenhum escapa, costuma-se dizer que o tema mais tira votos do que dá. O vaticínio será ou não confirmado dia 30.

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