BELO HORIZONTE – A candidata do MDB à Presidência, a senadora Simone Tebet, defendeu nesta segunda-feira, 5, durante ato de campanha em Belo Horizonte, a preservação da Serra do Curral. Cartão postal de Belo Horizonte, área foi eleita “símbolo” da capital mineira, na década de 80, pela população, e, agora, é alvo da atuação de mineradoras.
Durante caminhada pela Praça Sete de Setembro, no hipercentro de Belo Horizonte, a emedebista falou em uma mineração com “responsabilidade”. “Não existe desenvolvimento ou meio ambiente. É desenvolvimento e meio ambiente. Nós estamos aqui na terra das Minas Gerais, mas a mineração tem que existir com responsabilidade”, disse Tebet, que pediu união nacional para a causa ambiental e destacou a importância da Serra do Curral para a população de Belo Horizonte.
“A Serra é um cartão postal de Minas Gerais. É um patrimônio histórico e merece ser preservada. Sem meio ambiente não existe vida. Portanto, defendo a preservação da Serra do Curral, sem deixar de lado a fonte de desenvolvimento de Minas Gerais”, afirmou.
“Nós temos condições de atender os dois. Sem meio ambiente não há vida, portanto, eu defendo a preservação da Serra do Curral sem deixar de lado, obviamente, a mineração, fonte de desenvolvimento de Minas Gerais”, disse. “Vamos mostrar que com responsabilidade é possível minerar, plantar e ter agropecuária”, disse a candidata.
No Dia da Amazônia, Tebet disse ainda que pretende zerar o desmatamento ilegal na região. Segundo a candidatada, manter as árvores em pé é fundamental para ajudar a sobrevivência dos moradores da floresta amazônica.
“Ali (na Amazônia) tem o que planta cacau e açaí, a pesca e a pecuária. Precisamos dar instrumentos para que os moradores produzam com responsabilidade”.
Eleições no 'Estadão'
Em abril, os órgãos estaduais de Meio Ambiente, com o aval do governador Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição, aprovaram um licenciamento da área da Serra do Curral para exploração de minério de ferro.
A Taquaril Mineradora (Tamisa) projeta instalar um complexo minerário de grande porte no local, que possui área com vegetação nativa de Mata Atlântica, além de patrimônio natural de Belo Horizonte. A Serra do Curral é classificada como “área prioritária para conservação da biodiversidade especial” da capital mineira. Para a exploração do minério, será necessário devastar 41,27 hectares de vegetação nativa.
A decisão dos órgãos ambientais mineiros causou fortes protestos de ambientalistas e moradores de Belo Horizonte, além de lideranças políticas. Zema é o único candidato, entre os oito políticos que disputam o governo mineiro, a apoiar o empreendimento da Tamisa.
Tebet é a terceira candidata a presidente a manifestar-se contra a iniciativa. Em julho, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) posicionou-se em defesa da conservação da Serra do Curral, chamando a área de “pulmão de Belo Horizonte”. Em maio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tinha se manifestado contra o empreendimento, por meio de rede social: “Proteger a Serra do Curral é preservar a natureza que existe no entorno da capital mineira, e o belo horizonte de Belo Horizonte”.
Ambientalista preso por protesto contra Zema
O ambientalista e candidato a deputado estadual Felipe Gomes (PDT) foi preso pela PM (Polícia Militar) mineira após protestar contra a mineração na Serra do Curral, durante ato de campanha de Zema, nesta segunda-feira, 5, no Barreiro, em Belo Horizonte. Gomes foi imobilizado, preso por três policiais e colocado numa viatura.
Segundo a vereadora Duda Salabert (PDT), a família do ativista foi informada de que ele teria recebido atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA Barreiro) e que saiu da unidade acompanhado pelos policiais. Ainda de acordo com Salabert, os parentes tentam localizar para onde ele foi levado e percorre delegacias e hospitais da região em busca de seu paradeiro.
Procurada pelo Estadão, a PM mineira não comentou o caso.