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Temer diz que terá reunião para fazer 'unidade' do PMDB

Por Carla Araujo
Atualização:

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) aproveitou uma agenda com a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff no Paraná para fazer fortes críticas a um possível racha dentro de seu partido. Sem citar nomes, ele afirmou que o partido tem sido "tolerante ao longo do tempo com movimento de divergências", mas que o objetivo é construir um partido mais unido. "Depois das eleições vamos reunir o partido e fazer uma unidade absoluta", disse. "Vamos definir uma postura mais centralizadora, unificadora, para evitar essas divergências", completou.Questionado se estava sugerindo a saída de membros da ala dissidente do partido, Temer disse que não se pode "ter um partido político com 30 correntes" e reconheceu que no PMDB hoje "há muitas correntes". "Se houver várias correntes, quem não estiver de acordo sai do partido e vai para corrente que concorda", afirmou. Temer disse ainda que os membros que não concordarem com as novas regras que o partido quer implantar após as eleições podem sair da legenda sem nenhuma punição partidária. "É o melhor ter um partido enxugado do que um partido diversificado", disse.O presidente do PMDB teria se irritado com as declarações do líder da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), de que não haveria dificuldade nenhuma do partido se posicionar em apoio a um futuro governo Aécio Neves (PSDB). Ao longo do primeiro mandato da presidente Dilma, candidata à reeleição, Cunha foi protagonista de vários cabos de guerra com representantes do Palácio do Planalto. Em alguns momentos, ele chegou a se negar a se reunir com a então ministra de Relações Institucionais Ideli Salvatti, responsável por fazer a interlocução entre o Executivo e o Congresso.Diante desse histórico, Cunha deixa claro que, em caso de vitória da petista, a atuação da bancada deverá ser discutida. "Não deixamos de integrar a base do governo, mas optamos pela independência. Tanto que não indicamos nomes para substituir ministros. Essa nossa postura vai ter que ser conversada porque é uma decisão inclusive de quem vota na Dilma", ressaltou.Temer negou que quase metade da bancada do PMDB esteja apoiando Aécio. "Não é verdade. Tanto que houve reuniões e não se conseguiu decidir, e nem era o caso, porque a grande maioria nos apoia no dia de hoje", afirmou. "E, segundo ponto, se houver pessoas que não acompanham o partido, não tem razão de ficar nesse partido. Tem que ir para o partido do candidato que ele esta apoiando", reforçou. O vice-presidente negou também que pretende ser candidato à Presidência em 2018 e disse que o partido só poderá ter uma candidatura viável com a unidade. "O PMDB tem que estar unificado para lançar um candidato em 2018", disse.

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