Análise: 'Não é hora de mexer na Lei Cidade Limpa, que funciona bem'

Projeto, que passou em primeira votação na Câmara Municipal, quer alterar Lei Cidade Limpa em SP para permitir outdoors

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Por Valter Caldana
Atualização:

A Lei Cidade Limpa funciona bem. É a maior vitória no campo da urbanidade que São Paulo vivenciou neste século. Seus benefícios não se limitam à questão mais visível da paisagem. Vão da área da saúde à área econômica, pois fazem a cidade mais atrativa nacional e internacionalmente e, portanto, com melhor ambiente de negócios.

Nesse aspecto, o argumento de aumentar a atividade econômica e a arrecadação com a flexibilização da Lei Cidade Limpa também é frágil. Os valores relativos ao montante geral do orçamento do Município serão reduzidos frente aos estragos que a desestruturação da lei pode criar. Ela é um sistema complexo, coerente e equilibrado, composto de várias partes. Por isso, mexer em uma delas poderá desequilibrar todo o sistema.

Representantes do poder municipal argumentam que a permissão de publicidade para um setor fere o princípio constitucional da isonomia e pode gerar reação em cadeia. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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No momento, existem muitas outras prioridades em áreas correlatas que precisam de atenção, como, por exemplo, as calçadas, o enterramento de fiação, mobiliário urbano e arborização. Não é hora de mexer no que funciona bem.

É hora de fazer funcionar o que funciona mal e também de se preparar para o verão e os problemas que ele costuma trazer para a cidade, como enchentes, alagamentos e queda de árvores. Também é o momento de preparar as ruas para a movimentação de fim de ano.

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*Valter Caldana é urbanista e professor da Universidade Mackenzie

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