SÃO PAULO - A Brink's, empresa de transporte de valores, responsável pela entrega dos 718,9 quilos de ouro até o aeroporto Internacional de Guarulhos, de onde foram roubados, anunciou que vai suspender as operações para esse tipo de serviço em alguns terminais do País. A empresa alega "níveis crescentes das atividades criminosas e as restrições operacionais".
Questionada, a empresa não informou quais operações serão suspensas e quais aeroportos deixarão de ser atendidos. Parte do ouro pertencia à minerador Kinross, que diz esperar que o valor da carga levada seja coberto pela seguradora da transportadora contratada
Segundo a transportadora, alguns aeroportos brasileiros não dão a empresa "liberdade de colocar em prática a plenitude de seus procedimentos operacionais e de segurança". Como exemplo, a empresa disse que, em alguns terminais, há restrição para o emprego de vigilância armada ostensiva.
"Essa decisão tem como objetivo preservar a segurança dos valores transportados, a segurança de todas as pessoas envolvidas na atividade e a viabilidade da operação", diz.
Em algumas regiões do País, a Brink's é a única autorizada a transportar moeda estrangeira, pedras preciosas e ouro, o que pode ser prejudicado com a decisão de suspensão.
"A empresa entende o transtorno que essa medida pode causar para as atividades de seus clientes e salienta seu incansável exercício de interlocução com todas as autoridades aeroportuárias, na busca da autorização para o pleno exercício de suas atividades, com uso dos procedimentos de segurança adequados, em todas as etapas que ocorrem dentro dos aeroportos", disse a transportadora.
Em nota, o Ministério da Infraestrutura disse que o Comitê Técnico de Segurança da Aviação Civil está trabalhando na revisão do Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita (PNAVSEC) para adequá-los às recomendações da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e aumentar a segurança da aviação civil no País. A nota da pasta não informa quais são as adequações estudadas.
O objetivo do programa é estabelecer regras de segurança para garantir a integridade de passageiros, tripulantes, pessoal de terra, público em geral, aeronaves e instalações dos aeroportos brasileiros contra atos ilícitos no solo ou em voo. As diretrizes do programa são regulamentadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)