Ato do MPL tem quebra-quebra de agências e concessionária

Grupo se reuniu na Praça do Ciclista e caminhou até a Marginal do Pinheiros. Depois, parte dos manifestantes promoveu destruição. Polícia acompanhou manifestação com efetivo reduzido

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Por Luiz Fernando Toledo e Luciano Bottini Filho
Atualização:

Atualizada às 21h07

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SÃO PAULO - A manifestação do Movimento Passe Livre (MPL) em comemoração a um ano de redução das tarifas de ônibus, trens e metrô de R$ 3,20 para R$ 3, após a onda de protestos de junho do ano passado, terminou em vandalismo e confronto de mascarados com a Tropa de Choque, na noite desta quinta-feira, 19, em Pinheiros, zona oeste da capital. Diferentemente de atos anteriores, a Polícia Militar acompanhou a passeata de 1,3 mil manifestantes com efetivo reduzido. Até as 21h, não havia registro de presos e feridos.

Uma concessionária da Mercedes-Benz foi atacada na Marginal do Pinheiros - as pistas local e expressa no sentido Rodovia Castelo Branco foram totalmente bloqueadas. Ao menos dez veículos foram destruídos e quatro agências bancárias, depredadas por adeptos da tática Black Bloc. Eles também destruíram lixeiras, incendiaram sacos lixos e montaram barricadas com madeira e barras de metal para obstruir a ação da PM.

O ato começou às 15h, com concentração na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista. O MPL prometia fazer uma festa. Um grupo de percussão se apresentava e gritava “Pula catraca!”. “É um evento em comemoração e, ao mesmo tempo, um novo protesto. Os vinte centavos não bastaram”, disse o militante Marcelo Hotimsky, do MPL. “Não estamos em busca de confusão”, disse.

Em seguida, os ativistas leram em conjunto um manifesto e começaram a caminhar às 16h15. Às 17h, eles fecharam o acesso da Rua Oscar Freire com a Avenida Rebouças, onde começaram os primeiros atos de vandalismo. No caminho até a Marginal do Pinheiros, mascarados atacaram duas agências - uma do Banco do Brasil e outra do Citibank. Vidraças foram quebradas e bandeiras do Brasil e do Estado, que estavam hasteadas, foram arrancadas e lançadas ao chão. Uma bomba caseira estourou no local, mas nada foi destruído.

Apesar dos atos de vandalismo, manifestantes do MPL repetiam os bordões de 2013: “Que coincidência: não tem polícia, não tem violência”. No trajeto, não havia PMs. Algumas viaturas, no entanto, foram vistas na Rebouças no sentido oposto ao da manifestação.

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Por volta das 18h30, o grupo chegou à Marginal, na altura da Ponte Eusébio Matoso. As duas pistas - local e expressa - foram interditadas e, em referência à Copa do Mundo, os militantes disputaram uma partida de futebol. Catracas de papelão foram incendiadas.

O MPL tentou minimizar a violência enquanto barricadas eram montadas por black blocs. Perguntado se o evento não deveria ser apenas uma festa, o ativista Lucas Monteiro disse que não sabia o que os “outros” faziam, “mas que havia um cara cantando, sim”. “Tem gente lá no meio se divertindo”, disse ele. “Que festa, o quê! Aqui é catraca livre. Aqui é revolta”, bradou um jovem mascarado.
A Tropa de Choque chegou ao local por volta das 19h30 quando a concessionária de carros de luxo já havia sido atacada. Agiu para liberar as pistas e começou o confronto. 
Surpresa. Após a confusão na Marginal, os manifestantes se dispersaram por Pinheiros e foram para a região do Largo da Batata e da Avenida Faria Lima. Quem passava pelas ruas eram surpreendidas com a violência. O vigilante Leandro Galvão, de 42 anos, disse que viu um grupo correndo quebrando lixeiras e incendiando sacos de lixo, na Rua Fernão Dias perto do metrô. “Não esperava ver essa cena. Estou aqui esperando um amigo e, se soubesse, nem teria vindo. Estas pessoas querem reivindicar direitos, mas para isso não precisam quebrar tudo. A polícia tem de revidar.” 
Os mascarados se dispersaram por Pinheiros, Avenida Faria Lima e Vila Madalena.

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