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Histórias de São Paulo

DJ Alok participa hoje de encontro de estudantes indígenas na Unicamp

Por Pablo Pereira
Atualização:

A democracia representativa depende da participação das pessoas no processo eleitoral, que escolhe candidatos e depois os legitima no exercício da atividade parlamentar no Congresso. Em meio a tantas bancadas em formação no Legislativo brasileiro, de grupos que querem obter ou reforçar presença na atividade parlamentar, há uma minoria em franco processo de busca dessa representatividade: a comunidade indígena.

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"Queremos construir nossa participação no espaço político legislativo, sim", afirma Arlindo Baré, em entrevista ao Blog pela manhã. Baré é estudante de engenharia elétrica e membro da comunidade indígena que fica no município de São Miguel da Cachoeira, noroestes do Amazonas, um dos organizadores do encontro de estudantes indígenas (Enei), em andamento nesta semana na Unicamp, em Campinas, São Paulo.

Baré argumenta que os estudantes planejam acumular conhecimento científico na academia como um suporte na formação e busca de maior participação política no País. "Teremos hoje, inclusive, debates sobre as 101 pesquisas científicas em andamento, com oito temas, valorizando nossa produção de conhecimento na universidade", destaca Baré.

Ele acredita que esse conhecimento científico vai ajudar na abertura de espaço político a médio prazo no Congresso. Hoje, as comunidades têm apenas uma parlamentar no Congresso brasileiro, mas a ideia é formar bancada que permita aumentar a ação parlamentar. Um dos focos na eleição de outubro é exatamente aumentar a participação das mulheres indígenas.

O que está cada vez mais claro é que hoje, apesar de todo o ambiente adverso, os descendentes de povos originários se somam aos esforços de preservação do meio ambiente por uma via que não tem volta: a entrada no meio acadêmico, a busca do conhecimento científico. Ano a ano, cresce o número de alunos matriculados e de candidatos a vagas nas universidades, como já se mostrou aqui.

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O debate no espaço da Unicamp, de Campinas, as atividades da UFSCar e de especialistas da USP, além de outras instituições de ensino, são relevantes, diz Baré. Para ele, o atual encontro de estudantes indígenas na Unicamp, o Enei, que deve ser encerrado nesta sexta-feira com a formação de uma entidade nacional de estudantes indígenas, é parte do esforço nessa novidade brasileira.

Nessa luta por espaço comunitário e político, um artista, em especial, tem contribuição. Conhecido por sua dedicação a lutas sociais: o DJ Alok. Com trabalho de cultura e arte apoiando várias minorias no Brasil, África e Índia, Alok é um dos apoiadores, um padrinho, como diz Baré, dos alunos indígenas. Alok criou o Instituto Alok, pelo qual ajuda a debater as iniciativas de comunidades que vivem à margem da sociedade. Hoje, ele participa do encontro na Unicamp.

Com atualização às 18h do documentário Indígenas na Universidade.

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