Caso Mércia: Juiz nega à promotoria gravação de depoimentos

MP queria confrontar dados coletados do celular de vigia com alegações de funcionários de posto

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Por Eduardo Roberto
Atualização:

GUARULHOS - O juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano encerrou por volta das 19 horas o segundo dia de audiência sobre a morte da advogada Mércia Nakashima. Nesta terça-feira, 11 pessoas prestaram depoimento. Quatro testemunhas foram dispensadas.

 

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Ao final da sessão, o promotor Rodrigo Merli Antunes pediu ao juiz as gravações dos depoimentos de duas testemunhas, Gentil José de Oliveira e Alfeu Cardoso dos Santos, que confirmaram que viram o réu Evandro Bezerra Silva trabalhando como vigia no posto de gasolina no Jardim Presidente Dutra, em Guarulhos, por volta das 20h do dia do crime, 23 de maio. Ambas as testemunhas trabalham no local.

 

Para o promotor, essas alegações, quando confrontadas com os dados coletados a partir do rastreamento do celular de Evandro, poderiam incriminar as testemunhas sob o delito de falso testemunho.

 

De acordo com essas informações, o réu teria feito quatro ligações - às 18h68, 19h02, 19h29 e 19h42 - quando se encontrava nos bairros de Bela Vista e Macedo, também em Guarulhos. Os locais seriam próximos às casas de Mércia Nakashima e de sua avó.

 

O advogado de defesa Samir Haddad Junior classificou o pedido como "impertinente", já que se trataria de "confronto de prova técnica", e diminuiu a importância dos dados colhidos a partir dos celulares do acusado. "Na verdade, a coleta e a análise dos dados foram feitas por investigador de polícia e não por 'expert', com reconhecido saber técnicos para assinar laudos", disse.

 

O juiz decidiu negar o pedido do Ministério Público, já que, segundo ele, "a análise de falso testemunho será dos jurados". "Por ora, não como há atender o pedido do MP [Ministério Público]", encerrou o magistrado.

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A audiência continua nesta quarta-feira, 20, a partir das 13h. Evandro e Mizael Bispo, ex-namorado de Mércia, prestarão depoimento. O juiz poderá decidir se o caso será julgado em júri popular ou se ficará arquivado.

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