Levon Dermendjian, de 64 anos, trouxe um álbum fotográfico para a manifestação Praia no Tietê, da ONG SOS Mata Atlântica, com a Sabesp e a Prefeitura de São Paulo. As imagens mostravam como era o Tietê há menos de 40 anos, destacando competidores de remo e seus barcos no dia da despedida do rio. Em 1971, começaram as obras de abertura da Marginal, que separou o Clube Esperia - pelo qual ele competia - da beira do rio.Para relembrar esse tempo e mostrar a importância da despoluição do Tietê no dia em que se comemora seu dia, um evento reuniu ontem próximo da Ponte das Bandeiras, na zona norte, dezenas de pessoas com guarda-sóis, barcos e roupas de banho. O manifesto teve a participação de crianças de escolas e projetos sociais, além de voluntários e artistas de circo e teatro.Com o sol forte, o clima era de praia. "Banhistas" cantavam paródias de músicas conhecidas - como o Xote das Meninas (Luiz Gonzaga) - com temas ambientais. "Ela só quer, só pensa em reciclar." As crianças se divertiram com as brincadeiras dos artistas e pareciam empolgadas com uma possível despoluição do Tietê. "Quando o rio estiver limpinho, quero vir nadar aqui", disse Pedro Henrique Lima, de 10 anos, que aprende caiaque no projeto Navega São Paulo, em Mairiporã, Região Metropolitana.Despoluição. O plano de despoluição do Rio Tietê está orçado em US$ 2,6 bilhões e tem previsão de durar 30 anos. Surgiu de uma iniciativa da Rádio Eldorado, em 1991, que ganhou depois apoio da SOS Mata Atlântica. Na época, um abaixo-assinado teve adesão de mais de um milhão de pessoas. Hoje a ONG fiscaliza as obras do governo estadual, geridas pela Sabesp. "É um dos melhores projetos de que se tem notícia", diz Mario Mantovani, diretor da entidade.