USP vai ganhar Conselho de Segurança

Com implementação prevista para os próximos dias, Conseg deve discutir novo policiamento na Cidade Universitária

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Por Felipe Resk
Atualização:
Câmpus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Atualizada às 20h58

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SÃO PAULO - A Universidade de São Paulo (USP) vai ganhar um Conselho de Segurança (Conseg) nos moldes dos que já existem em outros bairros da capital. O conselho deve ser instalado antes da implementação do policiamento comunitário no câmpus, inspirado no sistema japonês Koban, previsto para começar até o mês que vem.

Atualmente, existem 83 Conselhos de Segurança ativos e dez inativos na cidade de São Paulo. A criação da unidade na USP foi anunciada pelo secretário Estadual de Segurança Pública (SSP), Alexandre de Moraes, na manhã desta sexta-feira, 14. “Vamos criar um Conselho de Segurança na USP, com participação paritária de professores, funcionários, estudantes e da própria polícia, para que todos convivam de forma harmônica na questão de segurança”, afirmou.

Em nota, a universidade informou que o conselho também terá integrantes da reitoria, da Comissão de Direitos Humanos e da comunidade externa.

Os grupos devem se reunir com a SSP na próxima semana para indicar conselheiros. Um dos objetivos do Conseg é discutir o novo modelo de segurança da universidade. O sistema de policiamento comunitário terá até 120 policiais, considerando os comunitários e os que atuarão fora do câmpus e serão acionados em eventualidades.

O modelo tem como base a prevenção de crimes e aproximação com a comunidade. Hoje, a PM atua em atendimento dos casos e rondas. “Todos os policiais já estão treinados. Eles terão um diferencial no uniforme, um colete identificando”, disse o secretário. Entre 2012 e 2014, houve registro de nove ataques sexuais na Cidade Universitária. Nesse período, foram 255 ocorrências de roubos.

Resistência. Segundo Thales Migliari, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), o Conseg não atende às reivindicações dos alunos. “Nós somos favoráveis a uma guarda alternativa do câmpus, dirigida por uma comissão”, afirmou. “O Conseg, na prática, significa um estreitamento entre a guarda e a Polícia Militar.” 

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Hoje, 47 guardas universitários cuidam da segurança na USP. Com a reforma, no entanto, eles devem passar a ser coordenados pela SSP. Para Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Funcionários da USP (Sintusp), o conselho deveria ser deliberativo. “Não confiamos na PM. Essa política vai levar a graves conflitos com os movimentos organizados.”

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