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Falta de chuva ameaça abastecimento em 200 cidades paulistas

Além da capital e de outros 30 municípios da Grande São Paulo, crise no abastecimento é mais grave nas regiões de Campinas e Piracicaba

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Pelo menos duzentas cidades, além da capital, estão com o abastecimento ameaçado por causa da estiagem prolongada no Estado de São Paulo. Apesar disso, apenas seis municípios adotaram oficialmente o racionamento. Além da capital e de outras 30 cidades da Grande São Paulo, a crise no abastecimento é mais grave nas regiões de Campinas e Piracicaba. Os rios Jaguari, Piracicaba e Corumbataí, que abastecem essas regiões, estão com o menor nível em décadas.

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O Corumbataí tinha vazão de apenas 1,63 m³/s nesta segunda-feira, 12, em Rio Claro. As águas são usadas também para abastecer Piracicaba. O Rio Atibaia registrava 5,49 m³/s de vazão no trecho em que as águas são captadas para abastecer Campinas.

Normalmente o rio tem o triplo de vazão neste período. Em Valinhos, o nível estava um pouco melhor, com vazão de 6,34 metros. A vazão de 16,93 m³ do Rio Piracicaba é considerada muito baixa por conta da extensão do manancial. Nesses rios, a qualidade das águas piorou em decorrência da queda no nível causada pela estiagem. O índice médio de chuvas este mês não chegou a cinco milímetros na região, quando já deveria estar próximo de 50 milímetros. Cidades de grande e médio porte, como Campinas, Piracicaba e Rio Claro, estão em vias de iniciar o racionamento.

O nível baixo do Rio Jaguari causa preocupação aos moradores de Limeira, mas a concessionária garante que o racionamento será evitado, já que a água é captada também no Ribeirão Pinhal, que está com nível melhor. A cidade tem um dos mais baixos índices de perda de água tratada do país, com 14,8%. Na captação que abastece a cidade de Ourinhos, no sudoeste paulista, o Rio Pardo está com o nível mais baixo dos últimos dez anos. A cidade está em campanha por economia de água. A medida foi adotada também em Botucatu, que se abastece do mesmo rio.

Sorocaba. O problema se repete em outras regiões do Estado. Na região de Sorocaba, o problema é mais grave em Itu, onde a água é captada em mananciais superficiais que estão secando. Os moradores enfrentam racionamento drástico desde fevereiro. Em Salto, a prefeitura chegou a decretar emergência por causa da seca, mas o racionamento foi suspenso.

Indaiatuba lançou campanhas para economia de água. Em Sorocaba, as represas do Ipaneminha e do Éden, que abastecem cerca de 240 mil habitantes, estão com nível preocupante. O Serviço Autônomo de Água e Esgotos estuda recorrer a represas particulares para suprir a falta de água. A cidade está sem chuva há 29 dias. A estiagem deve perdurar até o final de agosto na região.

Bairros de Bauru, na região central do Estado, ficaram sem água no fim de semana. O Departamento de Água e Esgoto atribuiu o problema ao rompimento de uma adutora, mas o nível do Rio Batalha, que abastece quase a metade da cidade, está com o nível baixo. O mesmo ocorre com o Rio do Peixe, um dos mananciais que abastecem Presidente Prudente. Para compensar a escassez de água, foi ampliada a captação no Rio Aguapeí.

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Em Marília, quatro dos oito mananciais que abastecem a cidade entraram em nível de alerta, com menos de 50% da capacidade, segundo o Departamento de Água e Esgoto de Marília. Uma campanha pede à população economia de água. Em razão da crise, serão perfurados oito poços para complementar o abastecimento.

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