A Justiça de São Paulo revogou a prisão preventiva do policial militar Walter Pereira da Silva Junior, acusado de participar da chacina que deixou oito mortos, na sede da torcida corintiana Pavilhão 9, em abril.
Na sexta-feira, dia 4, a defesa pediu a liberdade do PM depois da audiência do processo alegando falta de provas. O promotor Rogério Zagallo e a juíza substituta que presidiu a sessão concordaram. Silva Júnior foi solto na segunda-feira.
A decisão não agradou os familiares da vítimas, que acusam o promotor Zagalllo de simpatizar com policiais envolvidos em execuções e ignorar o fato de Silva Junior estar envolvido em uma chacina ocorrida em Carapicuíba, em 2013, com 12 mortos. A Defensoria Pública vai entrar com recurso para tentar reverter a decisão.
Segundo o promotor, as provas contra Silva Júnior são frágeis. “Temos uma testemunha protegida que deu quatro depoimentos diferentes e chegou a reconhecer um policial morto, em 2010, como participante da chacina. No caso do acusado, a testemunha o reconheceu na delegacia, mas não o reconheceu em juízo e, antes do primeiro reconhecimento, afirmou que não tinha condições de fazê-lo. A outra prova é uma denúncia anônima que não se sustenta tecnicamente”, disse Zagallo, que nega as acusações.
"Se tivessem 99 processos com provas contra o Fernandinho Beira-Mar por qualquer crime, eu pediria as condenações. Mas, se no 100º caso, não houvesse provas, eu pediria a absolvição. É para isso que sou promotor de Justiça", afirmou.
O ex-PM Rodney Dias dos Santos, apontado como mandante, permanece preso.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.