Lixo acumulado em casa por morador enche 17 caminhões em Agudos

No local, além de revistas velhas, bolsas, sapatos, panfletos, roupas usadas, caixas de todo tipo, alimentos estragados, tinha também criadouros do mosquito transmissor da dengue

PUBLICIDADE

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - O lixo retirado da casa de um único morador, no centro de Agudos, interior de São Paulo, já encheu 17 caminhões, segundo a prefeitura. A cidade convive com epidemia de dengue, com 712 casos confirmados e uma morte em investigação, e o local tinha também criadouros do mosquito transmissor, segundo o município. A prefeitura recorreu à Justiça para fazer a retirada. O dono do imóvel, João Batista Mainine, alega que nem tudo era material inservível e disse que contestará judicialmente a ação municipal.

Dono do imóvel disse que contestará judicialmente a ação municipal Foto: Prefeitura de Agudos - Divulgação

De acordo com a prefeitura, a decisão de recorrer à Justiça foi tomada no ano passado, após notificações e tentativas de acordo, sem resultado. Vizinhos reclamavam que o casarão, em área de 800 m², na rua 7 de Setembro, exalava mau cheiro e servia de abrigo para ratos e baratas, que infestavam os imóveis vizinhos. Com a epidemia de dengue, o local passou a ser apontado também como foco de criadouros do mosquito Aedes aegypti. Na petição à 1.ª Vara Judicial do município, a prefeitura alegou que o material acumulado representava risco para a saúde pública.  Os agentes municipais foram ao local com um mandado expedido pelo juiz Saulo Mega Soares e Silva e acompanhados por um oficial de Justiça. Um trecho da rua foi interditado para o carregamento dos caminhões. Ao menos nove cômodos e o quintal do imóvel estavam atulhados de material - jornais e revistas velhos, bolsas, sapatos, panfletos, roupas usadas, caixas de todo tipo, além de alimentos estragados. O forte odor obrigou a equipe a pedir ajuda ao Corpo de Bombeiros para realizar a exaustão de possíveis gases acumulados. Os servidores foram obrigados a usar máscaras.  O material está sendo separado e a maior parte vai para o aterro sanitário. Nesta sexta-feira, 1.º, o serviço foi interrompido em razão das chuvas. No dia 13 de fevereiro, a prefeitura decretou situação de emergência na cidade em razão da epidemia de dengue. Os proprietários de áreas particulares têm até o próximo dia 5 para a limpeza desses locais, sem que sejam autuados. Após esse prazo, a prefeitura vai fazer a limpeza e cobrar o serviço dos donos que, além disso, serão multados. No caso de Mainine, por se tratar de situação excepcional, a prefeitura não prevê a cobrança do custo da limpeza. O morador disse que não concorda com a ação da prefeitura e que buscará judicialmente seus direitos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.