SÃO PAULO - O volume de água que chega diariamente aos quatro principais reservatórios que compõem o Sistema Cantareira continua muito abaixo da média mensal e deve fazer de maio o mês mais seco da história do manancial. Dados do comitê anticrise que monitora a estiagem mostram que a vazão afluente às represas é de 6,1 mil litros por segundo neste mês, apenas 18% da média para o período, que é de 34,2 mil litros por segundo.
O índice é inferior à vazão registrada em fevereiro, de 8,5 mil litros por segundo: até agora, o mês mais seco desde o início das medições, em 1930. Neste mês, contudo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo tem retirado cerca de 21,2 mil litros por segundo do Cantareira para abastecer a Grande São Paulo. Somado aos 3 mil litros liberados para Campinas, o déficit no mês deve ficar em 18,2 mil litros por segundo.
Divergência. Com o uso inédito do "volume morto" dos reservatórios, iniciado há cinco dias, a Sabesp e o comitê anticrise liderado pela ANA passaram a divulgar o novo índice de água disponível para a Grande São Paulo com uma diferença de 15,6% (4,1 pontos porcentuais).
Segundo o boletim diário divulgado pelo comitê, que também é composto por técnicos do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e da Sabesp, o Cantareira estava nesta segunda-feira, 19, com 22,2% da capacidade. Já a Sabesp divulgou que o índice era de 26,3%. Ambos consideram que a quantidade de água disponível nesta segunda era de 75,5 bilhões de litros - represados acima do limite das comportas de captação. Há ainda os 182,5 bilhões que serão retirados do "volume morto", com uso de bombas.