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Multas por obras no Parque da Água Branca podem chegar a R$ 29 milhões

Intervenção desrespeita liminar concedida pela Justiça no dia 26 de junho contra as obras

Por Diego Zanchetta - O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - As multas ao Fundo Social do Estado pelas obras irregulares na área externa de três casarões tombados no Parque da Água Branca podem chegar a R$ 29 milhões. A intervenção, denunciada ontem pelo Estado, desrespeita liminar concedida pela Justiça no dia 26 de junho contra as obras, cujo início ocorreu em 3 de maio, segundo o Ministério Público Estadual. As autorizações dos órgãos estadual e municipal do patrimônio histórico também só permitiam obras internas nos prédios que estão tendo o telhado trocado, além de modificações na fachada e nas janelas.

 

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O promotor de Meio Ambiente Washington Luis Lincoln de Assis afirmou ontem que pretende pedir o embargo das obras nos próximos dias. Ele afirmou que antes pediu para uma equipe do MP fazer uma vistoria no local. Segundo ele, o embargo só não foi pedido ontem porque Fernanda Bandeira de Mello, representante a Secretaria de Estado da Cultura no Condephaat e que concedeu autorização no dia 10 de novembro apenas para

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"reforma interna"

nos casarões, afirmou que as obras estavam regulares. "São as mesmas obras que já deveriam ter sido paralisadas desde o final de junho. Há um desrespeito à liminar claro e evidente. Nós vamos fazer a vistoria primeiro, mas tudo indica que realmente vamos pedir a suspensão das obras", argumentou o promotor ao Estado, que disse não aceitar "pressões" do governo estadual para retirar sua ação contra as obras.

O presidente do Conpresp, José Eduardo Lefèvere, afirmou ao Estado que também vai pedir para uma vistoria verificar a situação da reforma - a

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autorização

concedida por Levèfere no dia 14 de fevereiro de 2011 também era só para obras internas. A autorização concedida pelo presidente do Conpresp é clara ao informar que um projeto do restauro da fachada dos prédios precisaria ser protocolado antes no órgão.

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Além dos três casarões em reforma, por todos os lados do parque há interdições com cercas e caçambas com entulho. Um alojamento para operários foi improvisado em contêineres. Estão em obras o Espaço Lucy Montoro (antigo gabinete de desenho e fotografia), o Centro Histórico e Pedagógico e o prédio do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária (antigo laboratório de análise de mel). Os telhados antigos das casas (números 29, 35 e 37) foram substituídos por um forro de metal.

Procurado ontem, o Fundo Social do Estado não respondeu se vai paralisar as obras em andamento na área externa dos casarões tombados. A assessoria de imprensa do Palácio do Governo entrou em contato com a reportagem e gostaria que fosse enviada pela reportagem a "frase do promotor que será usada na matéria" como condição para dar uma resposta sobre as obras.

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