PUBLICIDADE

'Não tinha noção da complexidade', diz motorista que atropelou ciclista em São Paulo

José Maria da Costa Júnior falou à TV Globo neste domingo, 15, uma semana após o atropelamento que matou a socióloga Marina Kohler Harkot, de 28 anos

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

José Maria da Costa Júnior, motorista que atropelou e matou a socióloga Marina Kohler Harkot na madrugada do domingo, 8, disse que "não tinha noção da complexidade" do que tinha ocorrido logo após o choque contra a jovem de 28 anos. "A gente não tinha essa noção da complexidade, de que alguém pudesse estar ali, que pudesse estar machucado", disse ele à TV Globo em reportagem exibida neste domingo, 15.

Marina andava de bicicleta pela Avenida Paulo VI, em Pinheiros, zona oeste, quando foi atingida pelo veículo. Ela morreu no local. O motorista não parou para prestar socorro e se apresentou à polícia na terça-feira, 10. Ele foi liberado após essa apresentação. A Polícia Civil investiga o caso.

A cicloativista e pesquisadora da USP MarinaKohler Harkot, de 28 anos, morta atropelada na zona oeste de SP Foto: Silvia Ballan

PUBLICIDADE

Neste domingo, ao programa da Globo, ele disse que o atropelamento aconteceu após um carro buzinar atrás do veículo que dirigia. Outras duas pessoas o acompanhavam no veículo. "Cheguei numa saída assim de água, reduzi o carro para poder passar e o carro atrás buzinou e eu acelerei. Acabei ficando na dúvida se podia cruzar para o outro lado ou não e vi alguma coisa na minha frente", explicou.

O socorro médico para Marina foi acionado por uma policial militar que passava pelo local. Ela disse ao programa que "era uma via super iluminada". "Com certeza, ele viu a Marina. Não tinha como não ver a Marina", disse a policial Mariana de Morais Braga sobre a circustâncias do acidente. 

Questionado sobre o porquê de não ter prestado socorro, o motorista disse que "como tinha mais gente lá, (achou) que tivesse mais condições de poder socorrer". "Eu entreguei que essas pessoas pudessem socorrer essa pessoa", disse o homem. 

O Estadão mostrou que Marina foi vítima de um dos problemas que denunciava: a violência no trânsito. A jovem concluiu a graduação e o mestrado na Universidade de São Paulo (USP), instituição em que era pesquisadora colaboradora, pelo LabCidade, e cursava o doutorado, ambos na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP). Foi coordenadora do coletivo Ciclocidade, integrante do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito de São Paulo, no segmento “bicicleta”, e consultora em planejamento urbano. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.