PUBLICIDADE

Polícia descobre bar que vendia bebidas à beira de rodovia

Comerciantes abrem bares informais próximo aos pontos de abastecimento, parada obrigatória dos motoristas

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

Pequenos comerciantes descobriram um jeito de ganhar dinheiro com o maior rigor na fiscalização da venda de bebidas alcoólicas nas margens de rodovias. Eles abrem botecos informais próximo dos postos de abastecimento - para obrigatória dos motoristas - e atraem os caminhoneiros com comida barata e bebidas.   Veja também: PRF anuncia 'lei seca' mais dura para o feriadão de Páscoa   Um deles, o "Cantinho do Caminhoneiro", funciona a 200 metros da rodovia, atrás do Posto 53, da rede Graal, que não vende bebidas, em Araçariguama. Caminhões e carretas congestionam o largo de terra batida transformado em estacionamento.   O proprietário, que não quis se identificar, conta que abriu o estabelecimento "faz alguns meses" para oferecer refeições baratas aos caminhoneiros. "No restaurante do posto a comida é cara", justificou. Os pratos simples - arroz, feijão, salada e carne de boi, frango ou peixe - são individuais e custam R$ 6. A garrafa de cerveja é vendida a R$ 2,50 e a dose de cachaça, de R$ 1,50 a R$ 3 conforme a marca.   O local é simples - um pequeno salão, com mesas de madeira, separado da cozinha por um balcão - mas é dotado de banheiro e tem televisor a cores ligado em um canal de esportes. O dono diz que nunca teve problema com a fiscalização. "Aqui é muito isolado e estou fora da rodovia."   O boteco só funciona de dia. "À noite não tem segurança", reclama. O motorista que se identificou apenas como Acácio tomou uma dose de cachaça e bebeu uma garrafa de cerveja junto com o almoço. Ele seguia com a carreta vazia para a região de Avaré.   "Vou tirar um cochilo antes de pegar a estrada", justificou. Não foi o que fez de fato: minutos depois sua carreta adentrava a pista da Castelo. Os motoristas contam que botecos como o "cantinho do caminhoneiro" estão espalhados ao longo da rodovia.   No quilômetro 68, pista capital-interior, funcionam dois próximos do posto Doninha, que não vende bebidas. Em Boituva, há duas paradas na pista interior-capital, antes e depois do pedágio do quilômetro 111. Vários motoristas citaram outro boteco muito freqüentado na altura de Tatuí, junto a uma oficina com borracheiro.   Ali, uma boate também serve drinques e bebidas, próximo do km 145, na pista interior - São Paulo. Na margem da outra pista, pode-se beber em um motel. De acordo com o motorista Edinaldo Pereira Lima, os caminhoneiros não procuram esses lugares por causa da bebida, mas em razão de encontrarem comida caseira e barata. "Se o cara quer beber, ele entra numa cidade e procura um bar."

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.