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Polícia descobre laboratório de K9 e maconha próximo ao estádio do Pacaembu

Criminosos teriam montado ainda uma empresa de cerveja artesanal para lavar dinheiro do esquema, apontam investigações

Foto do author Ítalo Lo Re
Por Ítalo Lo Re
Atualização:

A Polícia Civil encontrou na manhã desta terça-feira, 30, um laboratório na região do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, usado para o cultivo de maconha e a produção de K9, droga sintética que tem avançado pelas ruas da capital paulista. Uma pessoa foi presa em flagrante e outra foi detida posteriormente.

As investigações apontam que a droga produzida no local era usada para abastecer a região central da cidade. Como fachada, os criminosos teriam montado uma empresa de cerveja artesanal para lavar o dinheiro do esquema. Foram cumpridos mandados de busca em cinco endereços. Dois suspeitos ainda são procurados.

Laboratório de maconha localizado na região do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo Foto: Divulgação/Polícia Civil de SP

“Foram presas duas pessoas: o responsável pelo laboratório, que estava no local, e o fornecedor dessa droga na região central, localizado em um outro endereço”, disse o delegado Alexandre Dias, titular do 3.° Distrito Policial (Campos Elísios). Segundo ele, também foram apreendidos dois veículos e três motocicletas de luxo.

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A quantidade total de drogas ainda está sendo contabilizada, mas as imagens divulgadas pela polícia indicam que cômodos inteiros eram usados para a produção de maconha e K9. “É uma organização bem estruturada”, disse o delegado, que apontou inclusive a utilização de adesivos específicos para identificar as drogas.

O laboratório foi encontrado em uma casa situada na Rua Capitão Garcindo, a poucas quadras do estádio do Pacaembu. A casa está alugada há dois anos. “Não sabemos se há dois anos existe esse laboratório, mas o grupo está estabelecido no local há dois anos”, disse o delegado.

Segundo Dias, as drogas seriam usadas não só para abastecer a Cracolândia, nos arredores da Estação da Luz, mas a região central como um todo. “Seria uma maconha um pouco diferenciada da maconha que é fornecida pela Cracolândia″, disse. “Além de que maconha não é muito o perfil de consumo da Cracolândia. Existe, mas por lá é (usado) principalmente o crack.”

Localização do laboratório decorre de investigação de três meses; adesivos específicos eram usados para identificar as drogas Foto: Polícia Civil de São Paulo

Conforme a Polícia Civil, o grupo, composto por ao menos quatro pessoas, montou ainda uma cervejaria artesanal para lavar o dinheiro do esquema. O nome do local não foi divulgado. No endereço do estabelecimento, que também foi alvo de buscas, a polícia afirma ter localizado insumos que seriam usados para a produção das drogas.

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“Nós vamos verificar a procedência desses insumos e a utilização deles nesse esquema”, disse. Questionado sobre possível relação do grupo com o crime organizado, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que domina o tráfico de drogas no Estado, o delegado afirmou ainda não ser possível atestar. “Estamos apurando.”

Investigação foi iniciada há três meses

A localização do laboratório é resultado de uma investigação que começou no ano passado, segundo a polícia. “Foi um trabalho de investigação que durou três meses, feito através de um monitoramento de informações que nós recebemos advindas de informações da Operação A-35”, disse Dias.

Segundo ele, foi instaurado um inquérito policial ainda no ano passado e, a partir disso, houve o monitoramento do grupo de quatro suspeitos que estariam envolvidos no esquema. “A partir dessa contestação e da elaboração de um minucioso trabalho da equipe de investigação, foi representado ao Poder Judiciário pela concessão dos mandados de busca.”

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