O terceiro suspeito de envolvimento no assassinato do ganhador de R$ 47,1 milhões na Mega-Sena, em Hortolândia, interior de São Paulo, foi preso nesta sexta-feira, 23. Segundo a Polícia Civil, Roberto Jefferson da Silva, conhecido como ‘Gordo’, se apresentou na sede da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba acompanhado de advogados. Ele negou a participação na morte do milionário, Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, mas permaneceu preso.
Conforme a delegada Juliana Ricci, titular da Deic, imagens de câmeras mostram quando ‘Gordo’, como é conhecido, abordou outra suspeita presa, Rebeca Messias Pereira Batista, de 24 anos, supostamente para convencê-la a ceder documentos para a abertura de uma conta bancária. A conta foi usada para transferências de dinheiro extorquido do milionário, quando esteve em poder da quadrilha.
A prisão aconteceu um dia depois que a Polícia Civil divulgou fotos de Roberto Jefferson e de outro suspeito, Marcus Vinicyus Sales de Oliveira, de 22 anos, considerados os mentores do crime. Marcus Vinicyus continua foragido e está sendo procurado. A expectativa é de que também se apresente na companhia de advogado.
Dias foi rendido e levado pelos criminosos depois de sair para caminhar na manhã do último dia 13 e ficou cerca de 20 horas em poder dos criminosos. Após ser brutalmente espancado para revelar a senha do seu cartão e transferir dinheiro para os criminosos, ele foi abandonado às margens da Rodovia dos Bandeirantes. Socorrido e levado ao hospital por uma ambulância da concessionária, ele não resistiu.
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As investigações indicaram que um grupo de Santa Bárbara d’Oeste, cidade próxima a Hortolândia, planejou e executou o crime. Imagens de câmeras de vigilância mostraram dois veículos rondando a casa do milionário e deixando o bairro após sua captura. Também mostraram integrantes da quadrilha em agências bancárias, sacando dinheiro da vítima. O suspeito Rogério de Almeida Spíndola, de 48 anos, foi o primeiro a ser preso. Em seguida, a polícia chegou a Rebeca.
Conforme a polícia, Marcos Vinicyus, o único dos quatro que ainda está foragido, foi o responsável pelos dois saques de R$ 1 mil e pela transferência no valor de R$ 18,6 mil da conta de Jonas Lucas. O suspeito foi flagrado por câmeras de segurança em uma agência da Caixa Econômica de Campinas, onde realizou as transações. Ele também habilitou um aplicativo de celular para conseguir realizar as movimentações financeiras. Marcos tem passagens por estelionato e receptação e deixou o sistema penitenciário em setembro de 2021.
O advogado Fábio Costa, que representa Rogério e Rebeca, afirma que seus clientes não tiveram envolvimento com o crime, e que apenas cederam documentos a um dos suspeitos, que está foragido, para a prática de estelionato. Segundo o defensor, tanto Rebeca quanto Rogério estavam em situação de rua e foram atraídos por Roberto Jefferson para que abrisse contas e tentasse financiamentos a partir dos documentos pessoais deles.
A reportagem não conseguiu contato com os defensores de Roberto Jefferson. Marcos Vinicyus não tem advogado constituído.
