SÃO SEBASTIÃO - As fortes ressacas que vêm atingindo o litoral paulista desde o início da semana começaram a causar transtornos. O mar destruiu parcialmente uma residência na praia de Massaguaçu, em Caraguatatuba, litoral norte. Uma pousada localizada na mesma praia teve parte do piso, o muro e fossa séptica destruídos pela fúria das águas. A força do mar também arrancou árvores. Na praia Martim de Sá, a mais procurada, o mar chegou bem próximo aos quiosques. Ninguém se feriu.
A praia de Massaguaçu é a mais atingida por ressacas. Há alguns anos, parte do acostamento da rodovia Rio-Santos, foi destruída. Moradores temem que o mar avance ainda mais, pois essa é uma tendência observada nos últimos anos. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estão realizando um monitoramento para avaliar a situação.
Na região central de Ilhabela, algumas ruas e trechos da principal avenida também ficaram alagadas. Com ondas que chegaram a três metros de altura, poucos pescadores se arriscaram a sair no mar. As balsas que fazem a travessia entre São Sebastião e Ilhabela navegam em velocidade abaixo do normal, devido à forte correnteza. Durante a madrugada desta quinta-feira, 17, quarteirões inteiros do bairro Barra Velha ficaram alagados.
Em São Sebastião, a ressaca provocou o transbordamento galerias pluviais e a água do mar atingiu algumas ruas pelos bueiros, no centro. No bairro Canto do Mar, que faz divisa com Caraguatatuba, onde diversas casas já foram destruídas por ressacas anteriores, a situação não foi diferente. Algumas residências foram inundadas. Muitas estão em faixa de marinha - algumas na areia da praia. No bairro Porto Grande, proprietários de residências já fizeram "barricadas" com pedras e pneus para tentar evitar que o mar atinja suas propriedades.
Dados do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), com base em levantamento feito ao longo da costa brasileira, revelam que o nível do mar está aumentando cerca de 40cm por século, ou quatro milímetros por ano. As medições começaram em 1980.
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