Seis regiões, incluindo a capital paulista, chegam à fase verde da quarentena no Estado de São Paulo

Reclassificação foi anunciada pelo governador João Doria (PSDB) nesta sexta-feira, 9; de acordo com o governo, 76% da população vive nessas regiões. Cidade de São Paulo vai reabrir cinemas e atividades culturais neste sábado, 10

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Foto do author João Ker
Por Paloma Côtes e João Ker
Atualização:

Seis regiões do Estado, incluindo a capital paulista e a região metropolitana (que agora são consideradas uma só, chamada de Grande São Paulo), tiveram quedas nos números da covid-19 e evoluíram para a chamada fase verde da quarentena. Além da cidade de São Paulo, que o Estadão já havia antecipadoavançaram também Piracicaba, Campinas, Taubaté, Sorocaba e a Baixada Santista. De acordo com o governo, 76% de toda a população do Estado vive em áreas que estão nessa penúltima fase do Plano São Paulo. A nova configuração começa a valer a partir deste sábado, 10, e uma nova avaliação acontecerá apenas em 16 de novembro. 

Barretos foi a única região que retrocedeu, sendo rebaixada para a fase laranja, enquanto o restante do Estado permanece na fase amarela. A princípio, o governo havia informado que nenhuma região voltaria a esse estágio e, em caso de agravamento dos números referentes à covid-19, o local seria automaticamente rebaixado para a fase vermelha. “A recomendação do Centro de Contingência foi nunca esperar mais que uma semana, se alguma região tiver uma piora muito grande. Podemos retornar a qualquer momento para a fase vermelha e, nas reclassificações programadas, valem todas as fases”, explicou Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico. 

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Com o avanço de fase, a capital paulista reabre, a partir deste sábado, 10, cinemas e outras atividades culturais. A autorização para essa retomada já havia sido dada pelo governo do Estado no começo de julho, para cidades há mais de 28 dias na fase amarela. A decisão de aderir às flexibilizações, entretanto, cabe aos prefeitos. Bruno Covas (PSDB), por exemplo, decidiu esperar a chegada da capital paulista à fase verde para a retomada desse setor. Os protocolos com as entidades que representam essas áreas na capital foram assinados em 24 de setembro, a fim de agilizar a reabertura quando se chegasse ao verde. 

"A fase verde, a partir de amanhã, já permitirá a reabertura de atividades culturais. Mas, para as demais atividades, como parques aos finais de semana ou esportes coletivos, ainda vamos aguardar duas semanas para avaliar como será a evolução da pandemia", explicou Covas, afirmando que está seguindo as recomendações da vigilância sanitária do município. 

Grande parte dos parques municipais está aberta na capital desde julho, mas os locais só funcionam durante a semana, a fim de evitar aglomerações. De acordo com o prefeito, o controle de entrada nesses espaços e a manutenção da exigência de 60% da capacidade são mais fáceis do que em vias abertas, como a Avenida Paulista, onde é "mais complicado segurar a aglomeração".

Novos horários de funcionamento de estabelecimentos

A fase verde da quarentena, a penúltima do Plano São Paulo e única antes da azul, permite a ampliação do horário de funcionamento em shoppings, comércios, bares, restaurantes, academias e setor de serviços e também aumenta a permissão de ocupação para 60% da capacidade total ou 600 pessoas. O governador João Doria (PSDB) afirmou que as atividades das regiões nessa fase terão permissão para funcionar por 12 horas. 

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Já a nova regra da fase amarela permite estender de oito para dez horas o funcionamento dos estabelecimentos comerciais, de rua, shoppings e prestadores de serviço, mas a ocupação desses espaços deve continuar em 40% da capacidade total. Para as academias dessas regiões, a ocupação é restrita a apenas 30%. 

Restaurantes e similares poderão ficar abertos até as 23h, dentro das regras, mas o serviço de atendimento deve ser interrompido obrigatoriamente às 22h. Essa regra vale tanto para a fase amarela quanto para a verde.

"A fase verde ainda requer cuidado, permite uma retomada maior, mas é preciso cautela", afirmou Patrícia Ellen. De acordo com o governo, é permitida a reabertura, ainda com restrições, de centros de convenções e eventos sociais e de negócios. Já atividades que gerem aglomerações, tais como festas, grandes shows com público de pé e torcidas em estádios ainda estão proibidas. 

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, também explicou que, apesar de permitir uma maior flexibilização, a fase verde ainda é restritiva. “Está bem distante da fase azul, que ainda estudamos quais os critérios que vamos utilizar. Um deles é a disponibilidade de vacina e toda a população vacinada. O outro é o número de casos bem baixos, como a H1N1, com repercussão bem baixa para a sociedade e que pode aumentar o número de atividades ou voltar a uma fase que chamamos de normal controlada.”

"Eu não desautorizo os meus secretários", disse o governador João Doria (PSDB) Foto: Divulgação/Governo do Estado de SP

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José Medina, Coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, explicou por que o órgão decidiu unir a região metropolitana e a capital em uma única região, chamada de Grande São Paulo, ao contrário de mantê-la dividida em sub-regiões, como antes. “Existe uma distorção na cidade de São Paulo que precisa ser corrigida. A cidade de São Paulo é uma referência médica da América Latina e que concentra o maior número de pacientes graves.”

Outra mudança apresentada nesta sexta-feira foi o método de avaliação da pandemia, que agora será feito com a comparação das médias móveis de novos casos e mortes dos últimos 28 dias com os 28 dias anteriores, ampliando a contagem anterior de 7 dias. A classificação das regiões depende de variáveis como taxa de ocupação de leitos de UTI, a quantidade desses leitos por 100 mil habitantes e também leva em conta os números de casos, óbitos e internações.

O Estado de São Paulo contabiliza nesta sexta-feira, 9, 37.068 mortes e 1.028.190 casos confirmados de covid-19. A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 43,2% no Estado e de 42,2% na Grande São Paulo. De acordo com o balanço da Secretaria Estadual da Saúde, 3.489 pacientes estão em leitos de unidades de terapia intensiva, entre casos confirmados e suspeitos. Em enfermaria, estão internadas 4.749 pessoas. Ainda segundo os dados, 900.264 pessoas já se recuperaram da doença e 112.562 tiveram alta hospitalar.

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