SÃO PAULO - São Paulo ganhou pontos no ranking de cidades globais e agora aparece na 32ª colocação, com nota 24,6, ante o 34º lugar no ano passado (nota 23,4), segundo pesquisa da consultoria A.T. Kearney. O relatório mede o desempenho atual e o potencial futuro das cidades de atraírem capital, pessoas e ideias globalmente. Neste ano, foram avaliadas 125 cidades de seis regiões do mundo.
No total, o Brasil tem seis representantes no estudo, quatro deles estreando, mas isso se deve em parte ao fato de a base de participantes ter sido ampliada para incluir as 100 maiores cidades em termos de população e aquelas com forte presença internacional. No ano passado, o estudo tinha 84 cidades.
Além de São Paulo, no ranking de condições atuais aparecem Rio de Janeiro (53º lugar, de 56º no passado) e pela primeira vez Porto Alegre (88º), Belo Horizonte (93º), Salvador (99º) e Recife (101º).
O estudo também elabora uma lista de perspectivas futuras, na qual a ordem das cidades brasileiras é: Rio de Janeiro (69º no ranking global), São Paulo (82º), Recife (88º), Belo Horizonte (92º), Salvador (94º) e Porto Alegre (96º).
De acordo com o porta-voz da A.T. Kearney no Brasil, François Santos, a atual crise econômica e política no País não tem grande influência no ranking, já que são avaliadas questões urbanas, relativas ao funcionamento da cidade, e pontos mais estruturais.
A realização da Olimpíada no Rio em 2016 deve impulsionar a cidade no estudo relativo ao próximo ano, pois afeta critérios como experiências culturais, número de voos, competições esportivas, eventos internacionais e até oferta culinária. "Certamente no ano que vem a posição do Rio deve melhorar", afirmou.
Cidade perfeita. Segundo o estudo, para construir a "cidade perfeita", ou seja, com a melhor pontuação em todos os 40 critérios analisados, seria necessário unir 19 cidades espalhadas pelo mundo. Apenas 16 aparecem entre as 25 melhores colocadas nos dois critérios que compõem o estudo: desempenho atual e expectativas. Somente Londres e Nova York estão no top 10 das duas listas, mas têm uma nota média pouco acima dos 60 pontos, em uma escala de 0 a 100.
A Europa tem mais cidades no ranking de condições atuais, mas os Estados Unidos conseguem emplacar mais representantes entre as "promessas".
O ranking de condições atuais analisa métricas divididas em cinco eixos: atividade de negócios, capital humano, troca de informação, experiência cultural e engajamento político. Já na lista de potencial futuro são 13 critérios em quadro dimensões: bem-estar pessoal, economia, inovação e governança.
Apenas três cidades latino-americanas aparecem liderando em algum dos 40 critérios, todas no ranking de "promessas": Bogotá, na Colômbia, em Infraestrutura; e Cidade do México e Guadalajara, ambas no México, que estão empatadas com Nairóbi, no Quênia, no item Incubadoras Patrocinadas por Universidades.
Ao longo das cinco edições do relatório nos últimos sete anos, três cidades da Índia foram aquelas com maiores avanços nas notas individuais: Calcutá (onde a avaliação média subiu 12%), Mumbai (9%) e Bangalore (8%).
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