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Supertúnel de esgoto rompido na Marginal funciona desde 2020 e integra ação de despoluição do Tietê

Interceptor ITI-7, de 7,5 quilômetros de extensão, integra o Projeto Tietê com objetivo de reduzir mancha de poluição. Sabesp reverteu fluxo para outra estrutura e atua para diagnosticar o dano e reparar o túnel. Desmoronamento afetou pistas da Marginal

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

A estrutura que se rompeu nesta terça-feira, 1, nas imediações das obras da Linha 6-Laranja do Metrô em São Paulo é um supertúnel de esgoto da Sabesp que foi inaugurado em fevereiro de 2020. As autoridades agora trabalham para avaliar como reparar a estrutura, que é responsável por encaminhar o esgoto coletado de bairros da região central para uma estação de tratamento em Barueri, na Grande São Paulo. 

O ITI-7 é classificado como um supertúnel pela Sabesp por percorrer 7,5 quilômetros de extensão embaixo da Marginal do Tietê. A estrutura tem 3,4 metros de largura e 2,65 metros de altura Foto: Consórcio ITI-7

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Segundo o governo paulista, o Tatuzão, equipamento de engenharia responsável pela perfuração do túnel do Metrô, não atingiu diretamente o túnel de esgoto. A relação entre a escavação e o rompimento está sendo apurada pela empresa responsável pela obra e pelo governo estadual. A ruptura liberou um fluxo de esgoto que fez ceder parte das pistas da Marginal no sentido Ayrton Senna, na altura da ponte do Piqueri. 

De acordo com a Sabesp, a estrutura danificada é um Interceptor de Esgotos, que é identificado como ITI-7. A companhia estadual disse que equipes técnicas trabalham para reverter o esgoto da tubulação para outra estrutura próxima (ITI-1). Após o escoamento do esgoto, é planejada a realização de um diagnóstico preciso sobre o interceptor avariado, com prazos para os reparos. 

O ITI-7 é classificado como um supertúnel pela Sabesp por percorrer 7,5 quilômetros de extensão embaixo da Marginal do Tietê. A estrutura tem 3,4 metros de largura e 2,65 metros de altura. 

“O empreendimento contribui para a melhoria da qualidade das águas dos rios Tamanduateí e Tietê ao levar para tratamento o esgoto gerado na região central do município, em bairros como Bela Vista, Consolação, República, Anhangabaú, Sé e Liberdade, abrangendo também Aclimação, Cambuci e Ipiranga”, informou a Sabesp na oportunidade da inauguração da obra. 

Cratera na Marginal Tietê aumentou de tamanho e autoridades pretendem preenchê-la com argamassa e material rochoso Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Instituído em 1992, o Projeto Tietê, do qual o ITI-7 faz parte, “tem como objetivo contribuir para a revitalização progressiva do rio Tietê por meio da ampliação e otimização do sistema de coleta, transporte e tratamento de esgotos”, detalhou o governo estadual. 

Nas contas da companhia estadual, mais de 350 mil pessoas são beneficiadas por esse conjunto que oferece esgoto tratado, “melhorando o sistema que atende diretamente mais de 2 milhões de pessoas”, informou a Sabesp. 

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Ele se complementa com a estação elevatória de esgoto do Piqueri, acrescentou, “para encaminhar os efluentes à estação de tratamento de Barueri, que teve sua capacidade ampliada para 16 mil litros por segundo”. O conjunto é formado ainda pelo novo Coletor-Tronco Anhangabaú e pelo Interceptor Tamanduateí (ITa-1J), que ao todo custou R$ 390 milhões.

A companhia informou nesta terça-feira que um comitê foi criado para investigar a causa do acidente e para avaliar “soluções técnicas para a realização das obras de drenagem, recuperação para a retomada das obras do Metrô, conserto da tubulação e da Marginal do Tietê”. 

Uma reunião com os técnicos da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, da Sabesp, da concessionária Acciona e da prefeitura de São Paulo, em um comitê criado, definiu que o buraco será preenchido com "material rochoso e argamassa". A intenção é estabilizar o local o quanto antes para que a via possa ter sua circulação retomada.