A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualizou nesta quarta-feira, 19, as regras para utilização de substâncias edulcorantes, os chamados adoçantes artificiais, na fabricação de alimentos. As principais mudanças são a redução da quantidade máxima de sacarina e ciclamato (as duas substâncias mais utilizadas pelo mercado) e a aprovação do uso de três novas substâncias: taumatina, eritritol e neotame. Segundo Lucas Medeiros Dantas, gerente de ciência e tecnologia alimentar da Anvisa, as três novas substâncias são seguras e foram referendadas por autoridades internacionais em alimentos como a Food and Drug Administration (FDA) norte-americana. Após reunião com o setor privado, foi determinado um prazo de 3 anos para a adaptação pelas indústrias de todos os produtos às novas normas, que reduz em 75% e 50% o uso do ciclamato e da sacarina, respectivamente. Dantas afirmou, quanto às novas restrições para a sacarina e para o ciclamato, que uma série de fatores como o excesso de sódio - substância condenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - e a preocupação da sociedade civil com o uso excessivo dessas substâncias motivaram a decisão da Anvisa. Entretanto, "essas substâncias não representam perigo à saúde, nem nas proporções atuais de utilização", acrescentou. Além disso, Dantas ressaltou que é sempre do interesse das políticas da Anvisa que os chamados aditivos, substâncias químicas adicionadas à fabricação de alimentos como os edulcorantes e os conservantes, sejam reduzidos na composição dos produtos. O gerente explicou ainda que "um aditivo só pode ser utilizado pela indústria quando estiver explicitamente definido em legislação específica, com suas respectivas funções, limites máximos de uso e categorias de alimentos permitidas", de maneira que apenas produtos com restrição expressa do uso de açúcar (como os dietéticos) podem utilizar as 16 substâncias edulcorantes listadas pela Anvisa.