O Brasil registrou nesta quarta-feira, 01, em atualização da plataforma do Ministério da Saúde, 6.836 casos confirmados da covid-19, transmitida pelo novo coronavírus. Foram 1.119 novas confirmações nas últimas 24 horas. As mortes pela doença chegam a 241, com aumento de 40 óbitos em relação à ultima contagem, divulgada ontem. No início da tarde, a plataforma havia divulgado um total de 240 óbitos, mas corrigiu o número para 241 depois que os dados foram atualizados pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em coletiva de imprensa. A taxa de mortalidade está em 3,5%.
O Estado de São Paulo segue como o mais afetado pelo novo coronavírus, concentrando 70%das mortes e 43,6% dos casos confirmados da doença no País. São 2.981 diagnósticos e 164 mortes registradas no Estado. As outras unidades com mais casos são: Rio de Janeiro (832), Ceará (444), Distrito Federal (355), Minas Gerais (314) e Rio Grande do Sul (306).Em nível regional, o Sudeste representa 62% do total de casos, enquanto a região Norte é a menos afetada, com apenas 5% dos pacientes.
Como mostrou levantamento feito pelo 'Estado', pelo menos metade da população brasileira vive em cidades que já registraram casos confirmados de coronavírus. Até ontem, o total de municípios com infecções reportadas tinha chegado a 362. Embora esse número represente apenas 6,5% do total de cidades do País, o surto atinge parcela expressiva da população por estar concentrado em áreas mais populosas. Segundo nota técnica divulgada hoje por um grupo de especialistas da PUC-RJ e da Fiocruz, o Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), que está acompanhando a evolução da covid-19, a epidemia está evoluindo de forma mais controlada no Brasil do que em outros países, como China, Itália, Espanha e Estados Unidos. Esse crescimento mais lento no número de casos estaria relacionado ao fato de o país ter tomado as medidas de contenção logo no início da epidemia. No entanto, alertam especialistas, pode ser atribuído também à subnotificação e à demora na notificação dos casos.
Para conter o avanço da epidemia no país, o Ministério da Saúde recomenda medidas de isolamento social, que também são defendidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sob pressão de seus ministros próximos, o presidente Jair Bolsonaro, que vinha defendendo explicitamente o fim do isolamento, baixou o tom em pronunciamento na terça-feira e pôs a preocupação com a “vida” no mesmo patamar que o “emprego”. Pediu, ainda, a união do Parlamento, Judiciário,governadores e prefeitos para enfrentar a pandemia.
Assim como na semana passada, o discurso do presidente foi seguido de panelaços em ao menos 12 cidades do País: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Natal, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Belém, Curitiba e Florianópolis.A hashtag (palavra-chave) #panelacocontrabolsonaro era o segundo assunto mais comentado do Twitter no Brasil por volta das 21h de ontem.
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