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Evolução dos tratamentos renova a esperança

Das terapias celulares às cirurgias robóticas, a tecnologia avança rapidamente para ajudar os pacientes

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Por Estadão Blue Studio
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Uma das razões centrais dos avanços terapêuticos que vêm sendo registrados na oncologia é a possibilidade, cada vez maior, de personalização do tratamento. “Duas crianças com a mesma idade e o mesmo tipo de leucemia podem ter padrões de resposta muito diferentes. Hoje dispomos de ferramentas que permitem diminuir ou aumentar a intensidade do tratamento dependendo das condições específicas de cada caso, o que é importante para o controle dos efeitos colaterais”, descreve Viviane Sonaglio, líder do Centro de Referência em Tumores Pediátricos e Head da Pediatria do A.C.Camargo Cancer Center.

Desde a virada do milênio, a tecnologia avançou em todas as estratégias de tratamento – quimioterapia, radioterapia e cirurgia. “É fascinante viver este tempo de progressos tão rápidos e imaginar tudo o que poderemos alcançar nas próximas décadas”, diz a especialista. Um exemplo são os ensaios clínicos CAR-T, modalidade de imunoterapia que chegou ao Brasil em 2022 e teve o A.C.Camargo como uma das três instituições selecionadas para participar do estudo clínico de aplicação em casos de leucemia, linfoma e mieloma múltiplo. Pesquisas em paralelo também estão ocorrendo na Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto em parceria com o Instituto Butantan.

Essa nova forma de tratar alguns tipos de câncer é baseada na reprogramação das células de defesa do corpo, com alto nível de personalização. “Como essa terapia demorou um pouco para ser autorizada no Brasil, pudemos aprender muito com as experiências de outros países. Já temos aqui no nosso centro casos de crianças que eram consideradas sem cura e entraram em remissão”, celebra a pediatra.

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Outro dos avanços que já são parte do cotidiano do A.C.Camargo Cancer Center ainda soa, para muita gente, como ficção científica: a instituição atingiu, em dezembro, a marca de 4 mil cirurgias oncológicas realizadas com o auxílio de robôs. São mais de 40 integrantes do corpo clínico habilitados e certificados para o uso dessa tecnologia.

Minimamente invasiva, a cirurgia oncológica robótica vem tendo crescente aplicação nos procedimentos relacionados à área de urologia, mas também pulmão e tórax, colorretais, cabeça e pescoço, ginecologia, tumores abdominais e pediátricos. Trata-se de um sistema controlado por um cirurgião, que conta com visão em 3D ampliada e de alta definição, além de ferramentas como câmeras. Esses recursos contribuem para reduzir as incisões ao mínimo necessário, possibilitando uma melhor recuperação do paciente e a redução dos riscos de infecções e outras complicações.

Prevenção é uma missão diária

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Todos nós sabemos, em linhas gerais, o que é preciso fazer para ter uma vida mais saudável e evitar doenças. Alimentação saudável, exercícios físicos, sono regular, fugir do estresse, não fumar. Esses mesmos cuidados ajudam a prevenir doenças cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil, e também os cânceres, número dois do ranking, mas não são garantia de que essas doenças não surgirão – nem por isso o esforço e a disciplina deixam de valer a pena. “Quem cuida da saúde e mesmo assim tem câncer certamente se beneficiará, ao longo do tratamento, do histórico de hábitos positivos”, observa Samuel Aguiar Jr., líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais e vice-líder do Centro de Referência de Sarcomas e Tumores Ósseos do A.C.Camargo Cancer Center.

Divulgação Foto: Arte Estadão Blue Studio

Outro procedimento essencial é o check-up anual, pois é nesse processo que eventuais alterações e suspeitas podem ser identificadas em estágio inicial, antes da manifestação dos sintomas.

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Ao analisar estatísticas associando a realização de exames e check-ups a aspectos socioeconômicos, o A.C.Camargo Cancer Center identificou uma resistência maior das pessoas na faixa dos 40 anos. “Se você não tem mantido os melhores hábitos no dia a dia e faz tempo que não realiza um bom check-up, essas são atitudes para mudar agora. Não há como voltar ao passado, mas nunca é tarde para corrigir o rumo”, lembra Aguiar Jr.

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