São Paulo registra duas mortes por reação à vacina da febre amarela

Óbitos do tipo são raros mas podem acontecer uma vez a cada 500 mil pessoas vacinadas

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Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli e Paula Felix
Atualização:

Atualizada às 19h27.

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SÃO PAULO - Duas pessoas morreram na capital por reação à vacina da febre amarela, informou nesta sexta-feira, 19, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. Como o imunizante é produzido com o vírus vivo atenuado, há risco mínimo de uma pessoa vacinada desenvolver a doença mesmo sem ser picada pelo mosquito. Esse tipo de morte, no entanto, é raro: um caso a cada 500 mil pessoas vacinadas.

Considerando o volume de pessoas vacinadas na capital paulista desde outubro - cerca de 1,8 milhão de pessoas - o índice de óbitos por reação vacinal registrado na cidade - 1 para cada 900 mil vacinados - está inferior ao previsto na literatura médica.

Filas pela vacina dobram o quarteirão Foto: Tiago Queiroz/Estadão

"Mesmo que raro, existe um potencial de eventos adversos graves. Isso acontece em um caso a cada 500 mil. Se vamos aplicar dez milhões de doses, vamos esperar esses eventos adversos nessa proporção. Isso é esperado e, mundialmente, aceito. Mas o número de casos prevenidos será muito maior do que os eventos graves associados à vacinação", diz Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Segundo o especialista, tem maior risco de desenvolver reação idosos com doenças crônicas, gestantes, transplantados e pacientes com o sistema imunológico enfraquecido, como os submetidos à quimioterapia. "Por isso, precisa ter uma entrevista, uma triagem para não vacinar quem não pode ser vacinado. É uma vacina que tem de ter precauções, não é isenta de riscos. Essa é a única razão pela qual a gente não aplica a vacina no País todo", destaca Kfouri.

As duas mortes são de homens moradores da capital. Um terceiro caso, anteriormente divulgado pela secretaria como confirmado, mas que, na verdade, está em investigação, é o de uma idosa de 76 anos, que tem uma casa em Ibiúna, no interior de São Paulo, mas que foi transferida para a capital quando seu quadro se agravou. Por essa razão esta morte está sendo contabilizada nos registros de São Paulo.

Procurada, a Secretaria Estadual da Saúde ainda não informou o número de casos de reação à vacina registrados nos outros municípios paulistas.

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