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Senacon notifica sites por venda de dióxido de cloro; substância é associada a tratamentos falsos

Substância é usada na fabricação de produtos de limpeza, mas vem sendo vendida como solução para ‘inativar’ vacinas ou tratar condições de saúde, como autismo

Foto do author Lara Castelo
Por Lara Castelo

Na última semana, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), notificou dez plataformas de comércio eletrônico pela venda irregular de dióxido de cloro, também chamado de MMS, CDS.

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Trata-se de uma substância corrosiva, usada na fabricação de produtos de limpeza, como alvejantes e desinfetantes, classificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como um saneante. A sua venda é controlada pela agência, que recomenda, inclusive, que o seu manejo seja realizado apenas com equipamentos de proteção individual. A comercialização do produto sem autorização pode caracterizar uma infração sanitária.

A ingestão humana do dióxido de cloro com fins terapêuticos não tem nenhuma comprovação científica e pode ter desdobramentos graves que vão desde irritação do nariz e dos olhos, até dificuldades de respiração e a morte.

O dióxido de cloro é uma substância corrosiva, usada na fabricação de produtos de limpeza, como alvejantes e desinfetantes. Foto: Jeshoots/Unsplash

Apesar disso, essa substância tem sido comercializada, sem nenhuma comprovação científica, para o consumo, com a alegação de que teria propriedades medicinais, como a “cura” do autismo e a “inativação” de vacinas.

De acordo com o Senacon, ao menos uma das plataformas notificadas recomendou o consumo oral do dióxido de cloro associado a propriedades “bactericida, fungicida, vermífugo, virucida, além de eliminar toxinas de medicações, alcalinizar o PH do organismo e reduzir inflamação crônica”.

As plataformas eletrônicas notificadas foram: Planeta Detox, Casa dos Naturais, Purificadordeagua.shop, AZ Natura, CLO2, Betesda Purificadores, Purifica Brasil, Nutriwave, Farma Cerrado e Dragon Fire Gateway.

A medida faz parte do Programa Saúde com Ciência, uma iniciativa interministerial da qual fazem parte, além do MJSP, o Ministério da Saúde, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), a Advocacia-Geral da União (AGU), a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. / COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL

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