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Temer barra diminuição de florestas na Amazônia

Presidente vetou MP 756 e itens da MP 758; texto limitava Parque do Jamanxim, no Pará, e criava a área de proteção

Por Carla Araujo e Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer (PMDB) vetou integralmente a Medida Provisória (MP) 756 e itens da MP 758, que reduziam a proteção em áreas florestais da Amazônia. Terminava nesta segunda-feira, 19, o prazo para Temer decidir sobre as mudanças aprovadas pelo Congresso em maio.

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Os textos originais já previam diminuição da área protegida – o que foi ampliado no Legislativo. Isso motivou fortes críticas de ambientalistas. 

A MP 756 mudava os limites do Parque Nacional do Rio Novo e da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, desmembrando parte de seu território para criar uma Área de Proteção Ambiental (APA), no Pará. Um parque nacional tem proteção integral e permite poucas atividades, como turismo. Já floresta nacional e APA são mais flexíveis para uso econômico. 

A MP 758 alterava os limites do Parque Nacional do Jamanxim para passagem da ferrovia EF-170, paralela à BR-163, ligando o Centro-Oeste ao norte do Pará. Temer justificou o veto parcial “por contrariedade ao interesse público” e destacou considerar a opinião do Ministério do Meio Ambiente. 

Ao decidir pelo vetos, Temer pretendia encaminhar ao Congresso, imediatamente, nova MP sobre o assunto. Mas foi alertado de que deveria, antes de assinar, submeter o tema à consulta pública, para cumprir rito burocrático e evitar questionamentos legais. 

Decidiu, então, que abrirá a consulta nos próximos dias e cumprirá todas as formalidades, assinando a nova medida assim que este trâmite burocrático estiver vencido. Isso levará um tempo e, só então, Temer assinará a nova medida provisória. Inicialmente, a MP 756, por exemplo, já previa reduzir o grau de proteção de 300 mil quilômetros de floresta.

Homens da Polícia Ambiental fiscalizam desmatamento ilegal de árvores no Parque Nacional Jamanxim, na Amazônia, próximo ao município de Novo Progresso, no Pará, em maio de 2017 Foto: Nacho Doce/Reuters

Pressão

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A Noruega, maior financiador externo para o combate ao desmatamento no Brasil, condiciona a liberação de recursos à resposta do governo federal sobre o desmatamento na Amazônia. Segundo o Estado apurou, na preparação para a viagem de Temer ao país europeu a diplomacia brasileira já ouviu dos escandinavos que, no atual ritmo de desmate, a verba pode ter cortes.

O ministro do Meio Ambiente norueguês, Vidal Helgeser, enviou carta ao ministro José Sarney Filho, para criticar o avanço das medidas provisórias, entre outros pontos. Em resposta, Sarney Filho destacou o veto às MPs e reforçou o compromisso com a causa. 

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