Cachoeiras, trilhas e outros encantos da Chapada dos Guimarães

A apenas 50 quilômetros de Cuiabá, parque nacional é uma opção de lazer democrática e com boa infraestrutura próxima

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Por Priscila Mengue
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Cachoeira Véu de Noiva, na Chapada dos Guimarães Foto: Priscila Mengue/Estadão

O acesso fácil de Cuiabá, distante apenas 50 quilômetros, faz com que o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães seja um destino democrático. Frequentada tanto pela população quanto por turistas, tem farta oferta de cachoeiras, belas paisagens e infraestrutura, com muitas opções de pousadas, hotéis e restaurantes. 

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O principal cartão-postal é o mirante da cachoeira Véu de Noiva, com acesso livre e gratuito entre 9h e 16h. A queda d’água, de 86 metros de altura, pode ser admirada do alto, em uma trilha curta e fácil. Ainda é possível avistar (ou, na falta de um binóculo,pelo menos ouvir) as araras-vermelhas que mantêm ninhos nos paredões.

Não é permitido se aproximar do Véu de Noiva, mas há outras duas cachoeiras para se refrescar do calor: a dos Namorados e a Cachoeirinha. Para chegar a elas, as trilhas são simples e dispensam a companhia de um guia. 

Com tempo livre, dá para investir noCircuito das Cachoeiras, percurso que percorre seis quedas d’água (7 de Setembro, Pulo, Degraus, Prainha, Andorinhas e Independência) e duas piscinas naturais. Com exceção da Independência, todas as cachoeiras permitem banho.MAIS - Cinco experiências para viver a Expoflora, em Holambra

O circuito tem seis quilômetros (ida e volta) e somente pode ser percorrido com guia credenciado. Os valores podem variar de R$ 140 a R$ 250 para duas pessoas. A entrada é permitida a partir das 8h30, com saída até as 17 horas.

A trilha atravessa vegetação característica, como as canelas-de-ema, espécie de arbusto símbolo do cerrado e conhecida por entrar em autocombustão no clima seco. O caminho exige esforço moderado, com poucas subidas. As águas são gélidas e transparentes, com locais mais rasos para quem prefere se banhar onde dá pé.

Circuito das Cachoeiras do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães Foto: Priscila Mengue/Estadão

Esculpida pela natureza 

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Voltamos a encarar os paredões da Chapada ao percorrer o caminho da Cidade de Pedra. O trajeto até a entrada da trilha é de chão batido, onde apenas veículos 4X4 conseguem chegar. 

Deixamos o carro logo na entrada do parque e seguimos pela trilha, ouvindo as explicações do guia sobre a vegetação e a fauna local. Logo nos deparamos com formações rochosas, que lembram ruínas de alguma construção antiga e deteriorada. Com a ação da natureza, as rochas ganharam desenhos e umaaparência de pilares.

Seguimos, então, pelo caminho de chão alaranjado até chegarmos ao primeiro mirante. Ali percebemos que estávamos também em cima de um dos paredões. De lá, a 350 metros de altura, uma vista panorâmica das formações de arenito,que ficam em tom ainda mais avermelhado com a proximidade do entardecer. A trilha é leve e não exige grandes esforços físicos. MAIS - Gana investe em passeios que levam às origens africanas O custo do passeio varia de R$ 250 a R$ 650 para duas pessoas (com transporte) ouR$ 140 para duas pessoas (sem carro). O acesso é permitido das 9 às 17 horas. 

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A região também tem espaços privados com vista para o parque. Um deles fica no restaurante Morros dos Ventos, que tem dois mirantes que avançam pela borda de um paredão da face sul da chapada. De lá, é possível avistar algumas pequenas quedas d’água e até a cidade de Cuiabá ao fundo.

Outra opção é o mirante Alto do Céu, que tem entrada ao custo de R$ 20. Visitamos o local durante o entardecer, quando encontramos até um casal fazendo registros para um book de noivos debaixo da luz alaranjada do pôr do sol. No deque, estão distribuídos bancos e mesas e, eventualmente, são recebidos eventos culturais. Dentre os visitantes, há quem aproveite para levar um vinho ou um cobertor.

Parque Nacional da Chapada dos Guimarães Foto: Priscila Mengue/Estadão

APÓS INCÊNDIOS, ATRAÇÕES FUNCIONAM NORMALMENTE Embora esteja distante dos grandes focos dos Estados do Amazonas e Pará, o Parque Nacional Chapada dos Guimarães sofreu três incêndios consecutivos desde 9 de agosto. O primeiro levou 10 dias para ser contido e dizimou 13% da área do parque, que possui cerca de 33 mil hectares. Com isso, duas de suas atrações, a Cidade de Pedra e o Vale do Rio Claro, chegaram a ser fechadas ao público. A visitação, no entanto, já foi normalizada. Entre julho e setembro, queimadas são proibidas em Mato Grosso, já que a época de estiagem aumenta a propensão à combustão espontânea, com risco de incêndios de grandes proporções. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou à Agência Brasil que a maior parte dos focos de incêndio verificados em agosto foi proposital, em áreas com alta concentração de lixo.  O parque nacional é um dos quatro que o governo federal pretende conceder à iniciativa privada, junto com Jericoacoara (CE), Lençóis Maranhenses (MA) e Aparados da Serra (RS). O edital está previsto para ser publicado em outubro.

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