Poucos riscos, muita adrenalina

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Por Adriana Moreira
Atualização:
Rapel é uma das atividades mais arriscadas, não deixe uma visita às Cataratas do Iguaçu terminar mal Foto: Felipe Mortara/Estadão

Países como Nova Zelândia e a Costa Rica são veteranos quando o assunto é turismo de aventura. As regras são claras e as empresas devem seguir padrões rígidos para oferecer suas atividades. No Brasil, no entanto, tudo ainda é muito novo - as primeiras normas foram validadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) entre 2008 e 2009.

De acordo com Evandro Schütz, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), estima-se que o Brasil tenha formalmente no ramo cerca de 1.700 empresas. Sabe-se, contudo, que a informalidade é grande. E para não correr riscos de se aventurar (literalmente) com uma empresa irregular, o único jeito é estar atento a alguns sinais.

"Preço também é imagem", explica Evandro. "Os equipamentos de segurança custam caro nesse ramo; se alguém oferecer um rafting, por exemplo, por um preço muito abaixo da média, desconfie."

Verificar se a empresa tem CNPJ e se está registrada no Cadastur - cadastro do Ministério do Turismo - também é importante. Evandro recomenda ainda perguntar se o local conta com sistema de gestão de segurança, conjunto de procedimentos preventivos e em caso de acidente. "O documento é enorme, mas o atendente pode exemplificar alguns procedimentos."

Segundo o presidente da Abeta, o consumo de atividades de aventura passa por conscientização ampla não só de quem oferta o produto, mas também de quem compra. Por isso, é importante que o turista siga atentamente as instruções do guia.

Para Evandro, o grande desafio das empresas do ramo hoje é a qualificação dos serviços para atingir um patamar internacional. "Avançamos muito, mas ainda há muito a fazer."

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DEPOIMENTO
'Acidentes acontecem, mas podem ser evitados' 
Silvia Basile, Presidente da Associação Férias Vivas
"Não havia parado para pensar em acidentes de turismo até que uma tragédia pessoal fez do tema uma prioridade em minha vida. Em 2002, perdi minha filha de 9 anos durante um passeio a cavalo num resort cinco-estrelas em Maragogi (AL). Na época, encarei os fatos como fortuitos, um acidente. Mas, quatro meses depois, soube que o hotel continuava a oferecer o passeio com as mesmas condições inadequadas que levaram à queda da minha filha. 
Tive, a partir daquele momento, a certeza de que acidentes poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção de riscos. É preciso conscientizar as pessoas a exigir e averiguar a adoção de medidas de segurança. No dia em que a minha filha faria 10 anos, fundamos a Associação Férias Vivas (feriasvivas.org.br), motivados pela convicção de que, para incentivar a criação de práticas seguras, são necessárias ações de conscientização ao turista e ferramentas para normatização de procedimentos seguros nas empresas de turismo."

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