Dois são detidos pelo assassinato de Nemtsov na Rússia

Autoridades de Moscou acusaram dois homens de envolvimento no assassinato do crítico do Kremlin Boris Nemtsov, sendo que um deles serviu em uma unidade da polícia na região russa da Chechênia, segundo um oficial de segurança. Um total de cinco homens adentraram um tribunal de Moscou neste domingo forçados por agentes de segurança que vestiam máscaras, afirmou um repórter da Reuters no tribunal. Três deles ainda não foram acusados e estão sendo tratados como suspeitos, disse a porta-voz do tribunal, Anna Fadeyeva. Representantes do tribunal apontaram Anzor Gubashev e Zaur Dadayev como os que foram acusados, e disseram que o irmão de Gubashev, Shagid, estava entre os três suspeitos. Notícias publicadas na mídia russa afirmaram que os homens eram da Chechênia, república no sul do país de maioria muçulmana que tem visto revoltas separatistas violentas nas últimas duas décadas. A juíza na audiência de Dadayev, Natalia Mushnikova, disse que Dadayev havia admitido envolvimento no assassinato e ordenou que ele fosse mantido sob custódia até 28 de abril. "O envolvimento da Dadayev neste crime é confirmado por, além de sua própria confissão, a totalidade das evidências reunidas como parte do processo criminal", disse ela. Nemtsov foi morto a tiros na noite de 27 fevereiro nas imediações das muralhas do Kremlin, no assassinato de mais alto perfil de uma figura da oposição nos 15 anos do presidente Vladimir Putin no poder. Alguns associados da Nemtsov, um ex-vice-primeiro ministro que se tornou um crítico de Putin, dizem que o Kremlin tem a ganhar com a sua morte e insistem que só ficarão satisfeitos se os promotores rastrearem quem orquestrou o assassinato, em vez de apenas quem puxou o gatilho. Oficiais da Rússia têm negado envolvimento na morte de Nemtsov e Putin condenou o assassinato.

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Por Redação
Atualização:

CHECHÊNIA

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Um oficial de segurança na região sul de Ingushetia, onde alguns dos suspeitos foram detidos, Albert Barakhayev, disse a agências de notícias russas que Dadayev serviu por cerca de 10 anos no batalhão de polícia "Sever", parte do Ministério do Interior da região vizinha da Chechênia.

Não houve confirmação imediata do fato por autoridades chechenas, e não estava claro se Dadayev ainda servia como um membro do batalhão.

Representantes do tribunal apontaram os outros dois suspeitos de envolvimento no caso como Ramzan Bakhayev e Tamerlan Eskerkhanov.

(Por Katya Golubkova e Christian Lowe)

((Tradução Redação Brasília, 5561 3426-7021)) REUTERS MA

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