Dólar à vista fecha a R$ 4,24, em nova máxima histórica

O Banco Central chamou o segundo leilão de dólar à vista, depois que a cotação bateu em R$ 4,27, em reação a fala de Paulo Guedes

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Por Denise Abarca e Wagner Gomes
Atualização:

O dólar à vista fechou esta terça-feira, 26, em R$ 4,24, com alta de 0,61%, em nova máxima histórica. O Banco Central chamou o segundo leilão de dólar à vista do dia pouco depois das 15h30, depois que a moeda voltou a acelerar a alta para novas máximas acima de R$ 4,27 em função da frustração nas expectativas de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pudesse explicar suas declarações sobre o câmbio na segunda-feira, 25. O dólar futuro para dezembro também ampliou os ganhos e chegou a entrar em leilão na B3. Na palestra proferida nesta terça, de mais de 30 minutos, o ministro não fez nenhuma menção a câmbio. Guedes apontou que a composição da política econômica é "política fiscal apertada e monetária frouxa", enquanto ontem tinha destacado que o mix era por juro de equilíbrio mais baixo e câmbio neutro mais alto, em palestra no Peterson Institute for International Economics.

Dólar tem novo recorde nesta terça-feira, 26 Foto: Reuters

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O leilão de dólar à vista ocorreu das 15h35 às 15h40 e teve taxa de corte de R$ 4,2390. O Banco Central não informou o total vendido nessa operação. Depois do leilão, a moeda bateu mínima em R$ 4,2347 (+0,48%), mas já era negociado nos R$ 4,24 novamente perto das 16h30, em R$ 4,2451 (+0,71%).

Bolsa

Além de elevar o recorde do dólar, as declarações do ministro da Economia mantiveram o Ibovespa sob pressão ao longo de toda a sessão, atingindo mínima de 106.413,93 pontos no pior momento do dia. Limitando as perdas, o principal índice da B3 conseguiu se segurar na faixa dos 107 mil pontos, encerrando a sessão em baixa de 1,26%, a 107.059,40 pontos (na véspera, encerrou aos 108.423,93).

Com duas vendas à vista de dólar pelo Banco Central, a moeda americana limitou os ganhos desta terça-feira a 0,61%, a R$ 4,2400 no encerramento. Para além do ruído em torno do câmbio, outro fator parece ter exercido influência sobre a correção no Ibovespa, que afetou em especial as ações de empresas com exposição a custos na moeda americana, como companhias aéreas (Gol PN -3,84% e Azul PN -4,53%), mas ajudou moderadamente as de exportadoras como Vale (+0,71% na ação ordinária) e Suzano (+0,21% na ON).

A implementação nesta terça do balanceamento da carteira teórica de índices do Morgan Stanley Capital Internacional (MSCI), como o MSCI Brasil e o MSCI EM (Emerging Markets), também contribuiu para a queda do Ibovespa, segundo três profissionais do mercado de ações ouvidos pelo Estadão/Broadcast

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