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Fogo em área de proteção no Rio pode ter sido criminoso

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Por CLARRISA THOMÉ
Atualização:

Fiscais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) suspeitam que tenha sido criminoso o incêndio que destruiu cerca de 39 hectares da Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. O fogo foi descoberto no fim da tarde de domingo e só foi controlado pelos Bombeiros no dia seguinte.O chefe da APA, Márcio Beranger, que hoje vistoriou a área, explicou que o fogo começou numa região alagadiça, onde predomina vegetação de taboa. Além disso, havia chovido na véspera do incêndio e o tempo estava nublado no domingo. "Não havia condição para o fogo espontâneo. Não havia sol forte e não há população próxima", afirmou.Nesta terça-feira, o ambientalista Ernesto Galiotto sobrevoou a área e fotografou a destruição de parte da reserva. "É muito triste. Destruíram praticamente 35 campos de futebol. E o pior é que nós sabemos que crimes como esse ficam impunes", afirmou.O fogo afetou uma área muito procurada por aves migratórias, mas não alcançou os pontos de maior biodiversidade da unidade, onde há bosques de pau-brasil, bromélias e outras espécies endêmicas, explicou o chefe da APA.Segundo Beranger, a área incendiada pertence ao empreendimento Reservas do Peró. O projeto, que prevê a construção de resorts, entre eles o Club Med, shopping center e loteamento para mil casas, causou polêmica e enfrentou a resistência de ambientalistas e alguns políticos locais. A antiga Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, órgão incorporado ao Inea, deu a licença prévia para o empreendimento. A reportagem procurou a Agenco, construtora que está à frente do empreendimento, mas não conseguiu contato com a empresa.

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