Fórum Social tem marcha vazia em Porto Alegre

PUBLICIDADE

Por AE
Atualização:

A marcha de abertura do Fórum Social Temático (FST) reuniu na tarde deste sábado, no centro de Porto Alegre (RS), cerca de cinco mil pessoas, conforme a organização do evento. Já para a Brigada Militar, o número não foi superior a mil participantes. O FST começou neste sábado e vai até a próxima quinta-feira com diversas oficinas divididas em dezoito áreas temáticas.O número de participantes na marcha - a grande maioria pertencentes a centrais sindicais - pode refletir o esvaziamento do evento, que vem sendo pontuado por rachas internos. Este ano, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) e a Via Campesina e todos os seus movimentos, entre os quais o dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), não estão presentes no evento. "Observamos que alguns dos temas trazidos pelo ''alter-mundialismo'' têm sido apropriados pelo discurso do capital e apresentados, cada vez mais, como novas mercadorias para servir ao capital", disse em nota a MMM.Já a CUT questionou o que acredita ser excessivo papel da prefeitura de Porto Alegre na realização do evento. "O Estado e os partidos podem e devem apoiar os eventos, no entanto jamais exercer o controle. A prefeitura de Porto Alegre fez aprovar um Projeto de Lei na Câmara Municipal definindo que toda última semana de janeiro será realizado um fórum na cidade. Onde foi debatida esta iniciativa? Parece-nos que é uma interferência do poder público numa organização que deveria ser autônoma", ressaltou em comunicado. A prefeitura está aportando R$ 2,6 milhões oferecer a infraestrutura do evento."A marcha estava legal, com movimentos presentes, muita gente. Por ter sido realizado num sábado à tarde, a marcha perturbou muito menos o trânsito, que era nosso objetivo. Foi muito positiva", declarou o organizador do evento e presidente da Força Sindical no RS, Lélio Falcão.Já segundo Roberto Jakubaszko, um dos organizadores do Fórum Social Mundial e do Fórum Temático, conflito de interesses entre as centrais sindicais e partidos políticos têm influenciado negativamente o FST. "Está acontecendo um jogo político, de vaidade, e também uma tentativa de institucionalizar o evento que irritou as pessoas. O pessoal ficou bravo. Movimentos de base da igreja, pastoral, saíram todos."O FST ocorre concomitantemente com o Fórum Social Mundial - contraponto ao Fórum Econômico, em Davos, na Suíça.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.