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Euclides da Cunha

Escritor, jornalista e engenheiro

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Por Redação

Euclides Rodrigues da Cunha

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20/1/1866, Cantagalo (RJ) - 15/8/1909, Rio de Janeiro (RJ)

Filho de Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha e de Eudóxia Alves Moreira, foi criado pelos tios e tias em diferentes cidades do Rio de Janeiro após a morte precoce da mãe, permanecendo também durante um ano na Bahia, morando com a avó. Após estudar em diferentes escolas, o adolescente instável ingressa no Colégio Aquino, onde começa a ter contato com os ideais republicanos transmitidos por seu orientador, Benjamim Constant. É ali que, a partir de 1884, edita com colegas o periódico bimensal "O Democrata" e publica “Em Viagem”, seu primeiro artigo. No ano seguinte, é admitido na Escola Politécnica no Largo de S. Francisco, no Rio de Janeiro, mas, por falta de recursos, estuda apenas durante um ano. Torna-se o cadete número 308 da Escola Militar da Praia Vermelha, considerada um importante centro intelectual do país, e começa a colaborar na Revista da Família Acadêmica, com artigos e poemas. Permanece no Exército por apenas dois anos, quando é preso e posteriormente expulso da Escola Militar por atos de rebeldia. Viaja então a São Paulo, sendo bem recebido pelos republicanos. A convite do diretor de A Província de S. Paulo (hoje O Estado de S. Paulo), Júlio de Mesquita, começa a escrever para o jornal, publicando os três primeiros artigos em 1888 – dois deles sob o pseudônimo “Proudhon”. Após a Proclamação da República, é reintegrado ao Exército pelo novo Ministro da Guerra, seu antigo mestre Benjamim Constant, e se torna alferes-aluno. Nessa época, publica na Província a série de oito crônicas “Atos e Palavras” e outros três artigos. Em 1890, ingressa na Escola Superior de Guerra e colabora no jornal A Democracia. A partir de 1892, ano em que conclui na Escola Superior de Guerra os cursos de Estado-Maior e Engenharia Militar, tem início uma longa colaboração com o jornal O Estado de S. Paulo. Naquele ano, publica artigos sob o pseudônimo José Dávila, além da série “Dia a Dia”, reunindo 29 crônicas onde assina apenas usando as iniciais E.C. No ano seguinte, é designado pelo então presidente Floriano Peixoto para trabalhar como engenheiro na Estrada de Ferro Central do Brasil. Durante a Revolta da Armada, manifesta publicamente no carioca Gazeta de Notícias sua insatisfação quanto às práticas punitivas sugeridas pelos repressores do movimento e, já descontente com os rumos do novo governo, desliga-se do Exército em julho de 1896. Alguns meses depois, irrompe a guerra de Canudos. O primeiro ensaio do escritor sobre o movimento, “A Nossa Vendeia”, é publicado no Estado no ano seguinte. A convite de Júlio de Mesquita, Euclides da Cunha aceita realizar reportagem sobre Canudos, e parte na comitiva militar do Ministro da Guerra, Marechal Bittencourt, em direção ao sertão baiano. Durante a viagem empreendida, enquanto passava por Salvador, Alagoinhas, Queimadas, Monte Santo até chegar finalmente a Canudos, o escritor envia ao Estado a série de 22 reportagens que integram o “Diário de Uma Expedição”, republicadas no jornal entre 1952 e 1953. É em Canudos que começa a escrever as primeiras notas de sua obra-prima Os Sertões (1902), cujas primeiras amostras públicas aparecem no Estado, ainda em 1898, sob o título “Excerto de um livro Inédito”. Nos anos seguintes, enquanto supervisionava a reconstrução de uma ponte em São José do Rio Pardo, onde passou a morar com a esposa Ana Emília Solon Ribeiro e os filhos, continuava colaborando para o Estado , publicando a série “As secas do Norte”, além de outros artigos, e redigindo Os Sertões. O livro é recebido com entusiasmo pelos críticos literários da época, e a primeira edição se esgota em algumas semanas. Em 1903, é eleito membro da Academia Brasileira de Letras e também toma posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Entre 1904 e 1905, participa da Comissão que estabeleceria as fronteiras geográficas entre o Brasil e o Peru, e ao retornar da Amazônia se torna adido ao gabinete do Barão do Rio Branco, no Rio de Janeiro. Escreve artigos para o Jornal do Commercio e publica Contrastes e Confrontos (1907). É nomeado professor de Lógica do Ginásio Nacional, atual Colégio D. Pedro II, mas tem a carreira interrompida em menos de um mês, quando é morto a tiros pelo cadete Dilermando de Assis, amante de sua esposa.

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