EUA acreditam que China cogita enviar armas à Rússia para guerra na Ucrânia


O secretário de Estado, Antony Blinken, disse ter alertado a China de que o envio de ajuda letal a Moscou causaria mais rusgas às relações já tensas entre Pequim e Washington

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos acreditam que a China está considerando fornecer armas e outras ajudas letais à Rússia para sua guerra na Ucrânia. Segundo ele, a ação causaria problemas sérios para as relações já tensas com Washington, que se agravaram nos últimos dias com o episódio do balão espião.

O governo de Joe Biden vem alertando os aliados da Rússia contra o fornecimento de apoio militar à invasão de Moscou na Ucrânia. Embora os Estados Unidos até agora só tenham visto Pequim fornecer ajuda não militar à Rússia, “a preocupação que temos agora é, com base nas informações que temos, que eles estão considerando fornecer apoio letal”, disse Blinken à CBS News em uma entrevista que foi ao ar neste domingo, 19.

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Blinken, no entanto, não entrou em detalhes sobre o que os Estados Unidos acreditam que a China pode fornecer, mas disse que poderia incluir armas e munições. Os comentários ressaltaram as preocupações do governo Biden de que Moscou, fortemente isolada pelas sanções ocidentais por causa de sua invasão, está se voltando cada vez mais para aliados, incluindo China, Irã e Coreia do Norte, para obter suprimentos militares à medida que sua guerra se aproxima da marca de um ano.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante a Conferência de Segurança em Munique, Alemanha Foto: Petr David Josek/AP

No sábado, Blinken se reuniu com seu homólogo chinês, Wang Yi, em uma conferência anual de segurança em Munique, a primeira troca diplomática de alto nível entre os dois lados desde que um balão espião chinês foi encontrado sobrevoando os Estados Unidos, causando piora nas relações bilaterais. Um relatório detalhado da reunião publicado pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua não mencionou a Rússia ou a Ucrânia.

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O secretário de Estado dos EUA o alertou sobre as implicações e consequências para a China se for descoberto que ela está fornecendo apoio material à Rússia na Ucrânia ou ajudando-a a escapar das sanções ocidentais por sua invasão, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, relatando a conversa bilateral.

Mas o que as autoridades americanas descreveram como um encontro difícil entre os dois diplomatas destacou como a guerra na Ucrânia se tornou o mais recente ponto de atrito entre os Estados Unidos e a China. E aconteceu em uma conferência em Munique dominada pela guerra, com autoridades ocidentais reforçando sua determinação de apoiar Kiev enquanto a Rússia tenta intensificar uma nova ofensiva no leste da Ucrânia.

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Os comentários dos EUA são, até o momento, os avisos mais claros de que a China pode estar pronta para ir além do apoio retórico, político ou diplomático à Rússia e ajudá-la com armas em sua guerra na Ucrânia. Falando também à ABC, Blinken enfatizou que o presidente Joe Biden havia alertado seu homólogo chinês, Xi Jinping, já em março passado para não enviar armas para a Rússia.

“Desde então, a China tem tido o cuidado de não cruzar essa linha, atrasando até mesmo a venda de sistemas de armas letais para uso no campo de batalha”, segundo uma fonte do governo Biden familiarizada com o assunto.

Esta fotografia tirada em Kramatorsk, em 19 de fevereiro de 2023, mostra bandeiras ucranianas sobre os túmulos de militares ucranianos mortos Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP
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Conferência em Munique

O principal diplomata da União Europeia disse no domingo que as nações ocidentais devem aumentar rapidamente seu apoio militar à Ucrânia, repreendendo os atrasos no fornecimento de armas à medida que a guerra entra no que ele chamou de momento crítico.

O diplomata Josep Borrell Fontelles, chefe de política externa da UE, disse no encontro em Munique que elogios e promessas ao presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, não eram suficientes. “Precisa haver menos aplausos e melhor suprimento de armas”, disse Borrell, acrescentando que “muito mais precisa ser feito e muito mais rápido”.

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O presidente Joe Biden está programado para viajar ao país vizinho da Ucrânia, a Polônia, na terça-feira, 21, para marcar o aniversário da invasão da Rússia. Espera-se que o presidente Vladimir Putin, da Rússia, faça um discurso no mesmo dia.

Com a Rússia tentando escalar uma ofensiva no leste da Ucrânia, os aliados de Kiev têm trabalhado para encontrar maneiras de fornecer apoio militar adicional. Depois de longas discussões, os aliados prometeram recentemente começar a enviar tanques de guerra para a Ucrânia, uma decisão que Borrell disse ter levado muito tempo. “Todo mundo sabe que para vencer uma guerra” você precisa de tanques”, disse ele na conferência.

O diretor do Gabinete da Comissão Central de Relações Exteriores da China, Wang Yi, fala na Conferência de Segurança de Munique Foto: Petr David Josek/AP
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A China, o parceiro mais influente da Rússia, transmitiu uma mensagem tipicamente calibrada na conferência. Wang, o principal diplomata da China, disse ao encontro que “guerras nucleares não devem ser travadas”, um sinal potencial para Moscou de que a China não tolerará o uso de armas nucleares na Ucrânia, como as autoridades russas já ameaçaram.

Ao mesmo tempo, Wang procurou desviar da Rússia a culpa pela guerra, argumentando que “algumas forças podem não querer ver negociações de paz” e “podem ter objetivos estratégicos maiores do que a própria Ucrânia”. Essa linguagem ecoou as afirmações do Kremlin, rejeitadas pelo Ocidente, de que Moscou estava disposta a se envolver em negociações de paz de boa fé e que a Otan pretendia subjugar a Rússia.

As autoridades ucranianas têm alertado sobre uma potencial escalada russa programada para o primeiro aniversário da invasão e intensos combates foram relatados no domingo ao redor da cidade de Kreminna, um pequeno mas vital bolsão de terra na região de Donbas.

Serhi Haidai, chefe da administração militar regional, chamou a situação em torno de Kreminna de “difícil” e disse que os bombardeios são constantes. “Os russos estão tentando encontrar um local para penetrar em nossas defesas”, disse ele à televisão ucraniana./AFP e NYT

WASHINGTON - O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos acreditam que a China está considerando fornecer armas e outras ajudas letais à Rússia para sua guerra na Ucrânia. Segundo ele, a ação causaria problemas sérios para as relações já tensas com Washington, que se agravaram nos últimos dias com o episódio do balão espião.

O governo de Joe Biden vem alertando os aliados da Rússia contra o fornecimento de apoio militar à invasão de Moscou na Ucrânia. Embora os Estados Unidos até agora só tenham visto Pequim fornecer ajuda não militar à Rússia, “a preocupação que temos agora é, com base nas informações que temos, que eles estão considerando fornecer apoio letal”, disse Blinken à CBS News em uma entrevista que foi ao ar neste domingo, 19.

Blinken, no entanto, não entrou em detalhes sobre o que os Estados Unidos acreditam que a China pode fornecer, mas disse que poderia incluir armas e munições. Os comentários ressaltaram as preocupações do governo Biden de que Moscou, fortemente isolada pelas sanções ocidentais por causa de sua invasão, está se voltando cada vez mais para aliados, incluindo China, Irã e Coreia do Norte, para obter suprimentos militares à medida que sua guerra se aproxima da marca de um ano.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante a Conferência de Segurança em Munique, Alemanha Foto: Petr David Josek/AP

No sábado, Blinken se reuniu com seu homólogo chinês, Wang Yi, em uma conferência anual de segurança em Munique, a primeira troca diplomática de alto nível entre os dois lados desde que um balão espião chinês foi encontrado sobrevoando os Estados Unidos, causando piora nas relações bilaterais. Um relatório detalhado da reunião publicado pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua não mencionou a Rússia ou a Ucrânia.

O secretário de Estado dos EUA o alertou sobre as implicações e consequências para a China se for descoberto que ela está fornecendo apoio material à Rússia na Ucrânia ou ajudando-a a escapar das sanções ocidentais por sua invasão, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, relatando a conversa bilateral.

Mas o que as autoridades americanas descreveram como um encontro difícil entre os dois diplomatas destacou como a guerra na Ucrânia se tornou o mais recente ponto de atrito entre os Estados Unidos e a China. E aconteceu em uma conferência em Munique dominada pela guerra, com autoridades ocidentais reforçando sua determinação de apoiar Kiev enquanto a Rússia tenta intensificar uma nova ofensiva no leste da Ucrânia.

Os comentários dos EUA são, até o momento, os avisos mais claros de que a China pode estar pronta para ir além do apoio retórico, político ou diplomático à Rússia e ajudá-la com armas em sua guerra na Ucrânia. Falando também à ABC, Blinken enfatizou que o presidente Joe Biden havia alertado seu homólogo chinês, Xi Jinping, já em março passado para não enviar armas para a Rússia.

“Desde então, a China tem tido o cuidado de não cruzar essa linha, atrasando até mesmo a venda de sistemas de armas letais para uso no campo de batalha”, segundo uma fonte do governo Biden familiarizada com o assunto.

Esta fotografia tirada em Kramatorsk, em 19 de fevereiro de 2023, mostra bandeiras ucranianas sobre os túmulos de militares ucranianos mortos Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

Conferência em Munique

O principal diplomata da União Europeia disse no domingo que as nações ocidentais devem aumentar rapidamente seu apoio militar à Ucrânia, repreendendo os atrasos no fornecimento de armas à medida que a guerra entra no que ele chamou de momento crítico.

O diplomata Josep Borrell Fontelles, chefe de política externa da UE, disse no encontro em Munique que elogios e promessas ao presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, não eram suficientes. “Precisa haver menos aplausos e melhor suprimento de armas”, disse Borrell, acrescentando que “muito mais precisa ser feito e muito mais rápido”.

O presidente Joe Biden está programado para viajar ao país vizinho da Ucrânia, a Polônia, na terça-feira, 21, para marcar o aniversário da invasão da Rússia. Espera-se que o presidente Vladimir Putin, da Rússia, faça um discurso no mesmo dia.

Com a Rússia tentando escalar uma ofensiva no leste da Ucrânia, os aliados de Kiev têm trabalhado para encontrar maneiras de fornecer apoio militar adicional. Depois de longas discussões, os aliados prometeram recentemente começar a enviar tanques de guerra para a Ucrânia, uma decisão que Borrell disse ter levado muito tempo. “Todo mundo sabe que para vencer uma guerra” você precisa de tanques”, disse ele na conferência.

O diretor do Gabinete da Comissão Central de Relações Exteriores da China, Wang Yi, fala na Conferência de Segurança de Munique Foto: Petr David Josek/AP

A China, o parceiro mais influente da Rússia, transmitiu uma mensagem tipicamente calibrada na conferência. Wang, o principal diplomata da China, disse ao encontro que “guerras nucleares não devem ser travadas”, um sinal potencial para Moscou de que a China não tolerará o uso de armas nucleares na Ucrânia, como as autoridades russas já ameaçaram.

Ao mesmo tempo, Wang procurou desviar da Rússia a culpa pela guerra, argumentando que “algumas forças podem não querer ver negociações de paz” e “podem ter objetivos estratégicos maiores do que a própria Ucrânia”. Essa linguagem ecoou as afirmações do Kremlin, rejeitadas pelo Ocidente, de que Moscou estava disposta a se envolver em negociações de paz de boa fé e que a Otan pretendia subjugar a Rússia.

As autoridades ucranianas têm alertado sobre uma potencial escalada russa programada para o primeiro aniversário da invasão e intensos combates foram relatados no domingo ao redor da cidade de Kreminna, um pequeno mas vital bolsão de terra na região de Donbas.

Serhi Haidai, chefe da administração militar regional, chamou a situação em torno de Kreminna de “difícil” e disse que os bombardeios são constantes. “Os russos estão tentando encontrar um local para penetrar em nossas defesas”, disse ele à televisão ucraniana./AFP e NYT

WASHINGTON - O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos acreditam que a China está considerando fornecer armas e outras ajudas letais à Rússia para sua guerra na Ucrânia. Segundo ele, a ação causaria problemas sérios para as relações já tensas com Washington, que se agravaram nos últimos dias com o episódio do balão espião.

O governo de Joe Biden vem alertando os aliados da Rússia contra o fornecimento de apoio militar à invasão de Moscou na Ucrânia. Embora os Estados Unidos até agora só tenham visto Pequim fornecer ajuda não militar à Rússia, “a preocupação que temos agora é, com base nas informações que temos, que eles estão considerando fornecer apoio letal”, disse Blinken à CBS News em uma entrevista que foi ao ar neste domingo, 19.

Blinken, no entanto, não entrou em detalhes sobre o que os Estados Unidos acreditam que a China pode fornecer, mas disse que poderia incluir armas e munições. Os comentários ressaltaram as preocupações do governo Biden de que Moscou, fortemente isolada pelas sanções ocidentais por causa de sua invasão, está se voltando cada vez mais para aliados, incluindo China, Irã e Coreia do Norte, para obter suprimentos militares à medida que sua guerra se aproxima da marca de um ano.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante a Conferência de Segurança em Munique, Alemanha Foto: Petr David Josek/AP

No sábado, Blinken se reuniu com seu homólogo chinês, Wang Yi, em uma conferência anual de segurança em Munique, a primeira troca diplomática de alto nível entre os dois lados desde que um balão espião chinês foi encontrado sobrevoando os Estados Unidos, causando piora nas relações bilaterais. Um relatório detalhado da reunião publicado pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua não mencionou a Rússia ou a Ucrânia.

O secretário de Estado dos EUA o alertou sobre as implicações e consequências para a China se for descoberto que ela está fornecendo apoio material à Rússia na Ucrânia ou ajudando-a a escapar das sanções ocidentais por sua invasão, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, relatando a conversa bilateral.

Mas o que as autoridades americanas descreveram como um encontro difícil entre os dois diplomatas destacou como a guerra na Ucrânia se tornou o mais recente ponto de atrito entre os Estados Unidos e a China. E aconteceu em uma conferência em Munique dominada pela guerra, com autoridades ocidentais reforçando sua determinação de apoiar Kiev enquanto a Rússia tenta intensificar uma nova ofensiva no leste da Ucrânia.

Os comentários dos EUA são, até o momento, os avisos mais claros de que a China pode estar pronta para ir além do apoio retórico, político ou diplomático à Rússia e ajudá-la com armas em sua guerra na Ucrânia. Falando também à ABC, Blinken enfatizou que o presidente Joe Biden havia alertado seu homólogo chinês, Xi Jinping, já em março passado para não enviar armas para a Rússia.

“Desde então, a China tem tido o cuidado de não cruzar essa linha, atrasando até mesmo a venda de sistemas de armas letais para uso no campo de batalha”, segundo uma fonte do governo Biden familiarizada com o assunto.

Esta fotografia tirada em Kramatorsk, em 19 de fevereiro de 2023, mostra bandeiras ucranianas sobre os túmulos de militares ucranianos mortos Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

Conferência em Munique

O principal diplomata da União Europeia disse no domingo que as nações ocidentais devem aumentar rapidamente seu apoio militar à Ucrânia, repreendendo os atrasos no fornecimento de armas à medida que a guerra entra no que ele chamou de momento crítico.

O diplomata Josep Borrell Fontelles, chefe de política externa da UE, disse no encontro em Munique que elogios e promessas ao presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, não eram suficientes. “Precisa haver menos aplausos e melhor suprimento de armas”, disse Borrell, acrescentando que “muito mais precisa ser feito e muito mais rápido”.

O presidente Joe Biden está programado para viajar ao país vizinho da Ucrânia, a Polônia, na terça-feira, 21, para marcar o aniversário da invasão da Rússia. Espera-se que o presidente Vladimir Putin, da Rússia, faça um discurso no mesmo dia.

Com a Rússia tentando escalar uma ofensiva no leste da Ucrânia, os aliados de Kiev têm trabalhado para encontrar maneiras de fornecer apoio militar adicional. Depois de longas discussões, os aliados prometeram recentemente começar a enviar tanques de guerra para a Ucrânia, uma decisão que Borrell disse ter levado muito tempo. “Todo mundo sabe que para vencer uma guerra” você precisa de tanques”, disse ele na conferência.

O diretor do Gabinete da Comissão Central de Relações Exteriores da China, Wang Yi, fala na Conferência de Segurança de Munique Foto: Petr David Josek/AP

A China, o parceiro mais influente da Rússia, transmitiu uma mensagem tipicamente calibrada na conferência. Wang, o principal diplomata da China, disse ao encontro que “guerras nucleares não devem ser travadas”, um sinal potencial para Moscou de que a China não tolerará o uso de armas nucleares na Ucrânia, como as autoridades russas já ameaçaram.

Ao mesmo tempo, Wang procurou desviar da Rússia a culpa pela guerra, argumentando que “algumas forças podem não querer ver negociações de paz” e “podem ter objetivos estratégicos maiores do que a própria Ucrânia”. Essa linguagem ecoou as afirmações do Kremlin, rejeitadas pelo Ocidente, de que Moscou estava disposta a se envolver em negociações de paz de boa fé e que a Otan pretendia subjugar a Rússia.

As autoridades ucranianas têm alertado sobre uma potencial escalada russa programada para o primeiro aniversário da invasão e intensos combates foram relatados no domingo ao redor da cidade de Kreminna, um pequeno mas vital bolsão de terra na região de Donbas.

Serhi Haidai, chefe da administração militar regional, chamou a situação em torno de Kreminna de “difícil” e disse que os bombardeios são constantes. “Os russos estão tentando encontrar um local para penetrar em nossas defesas”, disse ele à televisão ucraniana./AFP e NYT

WASHINGTON - O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos acreditam que a China está considerando fornecer armas e outras ajudas letais à Rússia para sua guerra na Ucrânia. Segundo ele, a ação causaria problemas sérios para as relações já tensas com Washington, que se agravaram nos últimos dias com o episódio do balão espião.

O governo de Joe Biden vem alertando os aliados da Rússia contra o fornecimento de apoio militar à invasão de Moscou na Ucrânia. Embora os Estados Unidos até agora só tenham visto Pequim fornecer ajuda não militar à Rússia, “a preocupação que temos agora é, com base nas informações que temos, que eles estão considerando fornecer apoio letal”, disse Blinken à CBS News em uma entrevista que foi ao ar neste domingo, 19.

Blinken, no entanto, não entrou em detalhes sobre o que os Estados Unidos acreditam que a China pode fornecer, mas disse que poderia incluir armas e munições. Os comentários ressaltaram as preocupações do governo Biden de que Moscou, fortemente isolada pelas sanções ocidentais por causa de sua invasão, está se voltando cada vez mais para aliados, incluindo China, Irã e Coreia do Norte, para obter suprimentos militares à medida que sua guerra se aproxima da marca de um ano.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante a Conferência de Segurança em Munique, Alemanha Foto: Petr David Josek/AP

No sábado, Blinken se reuniu com seu homólogo chinês, Wang Yi, em uma conferência anual de segurança em Munique, a primeira troca diplomática de alto nível entre os dois lados desde que um balão espião chinês foi encontrado sobrevoando os Estados Unidos, causando piora nas relações bilaterais. Um relatório detalhado da reunião publicado pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua não mencionou a Rússia ou a Ucrânia.

O secretário de Estado dos EUA o alertou sobre as implicações e consequências para a China se for descoberto que ela está fornecendo apoio material à Rússia na Ucrânia ou ajudando-a a escapar das sanções ocidentais por sua invasão, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, relatando a conversa bilateral.

Mas o que as autoridades americanas descreveram como um encontro difícil entre os dois diplomatas destacou como a guerra na Ucrânia se tornou o mais recente ponto de atrito entre os Estados Unidos e a China. E aconteceu em uma conferência em Munique dominada pela guerra, com autoridades ocidentais reforçando sua determinação de apoiar Kiev enquanto a Rússia tenta intensificar uma nova ofensiva no leste da Ucrânia.

Os comentários dos EUA são, até o momento, os avisos mais claros de que a China pode estar pronta para ir além do apoio retórico, político ou diplomático à Rússia e ajudá-la com armas em sua guerra na Ucrânia. Falando também à ABC, Blinken enfatizou que o presidente Joe Biden havia alertado seu homólogo chinês, Xi Jinping, já em março passado para não enviar armas para a Rússia.

“Desde então, a China tem tido o cuidado de não cruzar essa linha, atrasando até mesmo a venda de sistemas de armas letais para uso no campo de batalha”, segundo uma fonte do governo Biden familiarizada com o assunto.

Esta fotografia tirada em Kramatorsk, em 19 de fevereiro de 2023, mostra bandeiras ucranianas sobre os túmulos de militares ucranianos mortos Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

Conferência em Munique

O principal diplomata da União Europeia disse no domingo que as nações ocidentais devem aumentar rapidamente seu apoio militar à Ucrânia, repreendendo os atrasos no fornecimento de armas à medida que a guerra entra no que ele chamou de momento crítico.

O diplomata Josep Borrell Fontelles, chefe de política externa da UE, disse no encontro em Munique que elogios e promessas ao presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, não eram suficientes. “Precisa haver menos aplausos e melhor suprimento de armas”, disse Borrell, acrescentando que “muito mais precisa ser feito e muito mais rápido”.

O presidente Joe Biden está programado para viajar ao país vizinho da Ucrânia, a Polônia, na terça-feira, 21, para marcar o aniversário da invasão da Rússia. Espera-se que o presidente Vladimir Putin, da Rússia, faça um discurso no mesmo dia.

Com a Rússia tentando escalar uma ofensiva no leste da Ucrânia, os aliados de Kiev têm trabalhado para encontrar maneiras de fornecer apoio militar adicional. Depois de longas discussões, os aliados prometeram recentemente começar a enviar tanques de guerra para a Ucrânia, uma decisão que Borrell disse ter levado muito tempo. “Todo mundo sabe que para vencer uma guerra” você precisa de tanques”, disse ele na conferência.

O diretor do Gabinete da Comissão Central de Relações Exteriores da China, Wang Yi, fala na Conferência de Segurança de Munique Foto: Petr David Josek/AP

A China, o parceiro mais influente da Rússia, transmitiu uma mensagem tipicamente calibrada na conferência. Wang, o principal diplomata da China, disse ao encontro que “guerras nucleares não devem ser travadas”, um sinal potencial para Moscou de que a China não tolerará o uso de armas nucleares na Ucrânia, como as autoridades russas já ameaçaram.

Ao mesmo tempo, Wang procurou desviar da Rússia a culpa pela guerra, argumentando que “algumas forças podem não querer ver negociações de paz” e “podem ter objetivos estratégicos maiores do que a própria Ucrânia”. Essa linguagem ecoou as afirmações do Kremlin, rejeitadas pelo Ocidente, de que Moscou estava disposta a se envolver em negociações de paz de boa fé e que a Otan pretendia subjugar a Rússia.

As autoridades ucranianas têm alertado sobre uma potencial escalada russa programada para o primeiro aniversário da invasão e intensos combates foram relatados no domingo ao redor da cidade de Kreminna, um pequeno mas vital bolsão de terra na região de Donbas.

Serhi Haidai, chefe da administração militar regional, chamou a situação em torno de Kreminna de “difícil” e disse que os bombardeios são constantes. “Os russos estão tentando encontrar um local para penetrar em nossas defesas”, disse ele à televisão ucraniana./AFP e NYT

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