Aeronáutica tenta impedir abertura de informações do Cindacta

Saito quer manter o sigilo das informações sobre vôos controlados pelo Cindacta-1 e dos aeroportos de SP

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Por Tania Monteiro
Atualização:

O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, afirmou nesta sexta-feira, 10, que ingressou com um pedido de suspensão de liminar no Tribunal Regional Federal (TRF), em São Paulo, para impedir que a juíza Maria Isabel do Prado tenha acesso as fitas gravadas de conversas e procedimentos do sistema aéreo.   O pedido de suspensão de liminar, segundo ele, foi feito por meio da Advogada Geral da União (AGU) contra a decisão da juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara federal de Guarulhos, que determinou a busca e apreensão no Cindacta-1, de Brasília, e nos aeroportos de Cumbica e Congonhas de documentos a respeito do tráfego aéreo nesses aeroportos.   Saito afirmou que foi surpreendido com a decisão da justiça. Até o momento, como informou, a liminar concedida pela juíza não foi formalizada à Aeronáutica e nem à AGU. Ele advertiu que esse tipo de procedimento pode prejudicar os passageiros. Segundo o comandante, essas fitas "nas mãos de pessoas não qualificadas" podem se tornar perigosos.   Trata-se de fitas com gravação de todas as conversas entre operadores e dos procedimentos do sistema de tráfego aéreo e das aeronaves, ou seja, tudo o que se passa no controle do sistema aéreo. "O que eles vão analisar? Conversações?", indagou.   Questionado sobre quem seriam as pessoas qualificadas para analisar esses dados respondeu: "Nós somos os qualificados. Para que interessa a eles? Interessa, sim, para nós que precisamos saber por que esse ou aquele procedimento foi tomado. Muitas vezes são para correção de erros de procedimento", disse Saito.   Saito disse ainda que ele "tem certeza" que a liminar será suspensa e que a Aeronáutica conseguirá os documentos de volta. "Tenho certeza que vamos conseguir. Eu acredito na justiça". Assim que derem a liminar, segundo ele, os documentos que foram apreendidos serão devolvidos aos Cindacta-1. Questionado sobre o fato de a PF ter entrado em uma unidade militar para buscar esses documentos, o comandante justificou que a PF estava apenas cumprindo determinações.

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