A crise entre produtores de uvas e vinícolas, na França , compunha o noticiário internacional. em abril de 1911.
Telegramas relatando o agravamento da crise foram publicados constantemente ,na coluna de notícias exteriores do Estado. Em 16 de abril de 1911, o jornal publicou uma imagem da revolta dos vinicultores, mostrando como a violência dos protestos havia tomado as ruas em Champanhe.
Domingo-feira, 16 de abril de 1911
No começo do século XX os produtores de uva da Região de Champagne , na França, sofriam com anos de más colheitas. As densas geadas e as pragas, principalmente como a filoxera, destruíram grande parte das safras de 1902 à 1910.
Isso levou as grandes casas produtoras de vinho de Champagne a comprar ,e até mesmo importar, uvas de outras regiões.
A utilização de outras uvas não era o problema. O problema estava na falsificação.
Produtores suspeitavam que as vinícolas estavam engarrafando e vendendo a bebida, feita com essas uvas, e rotulando-a como champanhe, descumprindo o decreto de Dezembro de 1908 .
O Decreto, expedido pelo governo francês, além de definir vantagens econômicas para os produtores da região, também determinava que apenas vinhos e espumantes feitos com uvas da Champanhe poderiam levar seu nome.
Em abril de 1911, a agitação cresceu no interior da França. Agricultores reagiram violentamente. Tomaram as ruas de Champanhe em protesto, invadiram bodegas e vinícolas, destruindo inúmeras garrafas, trazendo altos prejuízos para o comercio da Região.
Só após a intervenção da polícia a calma foi restabelecida. Novos acordos foram negociados, propondo uma nova remarcação da região á qual fora concedido o direito de produzir vinhos e espumantes com o tradicional nome.
Apenas em julho de 1927 as delimitações territoriais dessa região foram estabelecidos.
A lei vigora até hoje. Nem por isso as desavenças foram extintas.
Pesquisa e Texto: Lizbeth BatistaSiga o Arquivo Estadão: twitter@estadaoarquivo e facebook/arquivoestadao