Participação no mercado de trabalho também estampa a desigualdade. Foto: Estadão
BRASÍLIA - O relatório sobre desenvolvimento das Nações Unidas tem entre as mensagens-chave a necessidade de se garantir a igualdade entre homens e mulheres. Se tal caminho não for percorrido, diz o estudo, não há como se chegar ao desenvolvimento pleno. Os dados apontados pelo estudo deixam evidente que há uma longa jornada pela frente.
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O estudo mostra, por exemplo, que no mundo uma entre cada três mulheres foi vítima de violência física ou sexual. Elas também ganham menos, ocupam menos cargos de chefia e, em 18 países, precisam da aprovação do marido para trabalhar.
Os reflexos sobre qualidade de vida são claros. O relatório aponta que, na América Latina e no Caribe, há 117 mulheres vivendo em domicílios pobres para cada 100 homens na mesma situação. “Não é possível alcançar o desenvolvimento humano para todos se metade da humanidade é ignorada”, afirmou a coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional, Andrea Bolzon.
Os números no Brasil repetem a lógica de desigualdade. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram o registro de uma denúncia de violência contra a mulher a cada sete minutos. Aqui, elas recebem até 25% a menos que homens desempenhando trabalhos semelhantes.
Os 25 países com maior Índice de Desenvolvimento Humano do mundo
1 / 26Os 25 países com maior Índice de Desenvolvimento Humano do mundo
19º - Israel
O país é o único localizado no Oriente Médio que está entre os 25 primeiros colocados, apresentando um índice de 0,899 e expectativa de vida de 82,6 a... Foto: Nir Elias/ReutersMais
14º - Suécia
Dos cinco países nórdicos, quatro estão entre os 15 primeiros colocados. No caso da Suécia, o IDH é de 0,913 e a expectativa de vida é de 82,3 anos. Foto: Jessica Gow/TT News Agency/Reuters
13º - Nova Zelândia
O país tem IDH de 0,915 e expectativa de vida de 82 anos. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
10º - Canadá
O Canadá também registra um índice de 0,920, mas com uma expectativa maior que a dos Estados Unidos, com uma média de 82,2 anos. Foto: Chris Wattie/Reuters
2º - Austrália
País tem 0,939 de IDH, com 82,5 anos como expectativa de vida. Junto com a Nova Zelândia, é o único país da Oceania a aparecer no ranking. Foto: Felipe Mortara/Estadão
2º - Suíça
País do centro europeu, também se destaca pela alta expectativa de vida: 83,1 anos. Ele divide o segundo lugar com a Austrália, que também tem IDH 0,9... Foto: Laurent Gillieron/EFEMais
IDH
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta terça-feira, 21, um ranking com o Índice de Desenvolvimento Humano de 188 países e territórios. C... Foto: Stefan Wermuth/ReutersMais
25º - Eslovênia
O país é um dos 16 europeus entre os 25 melhores colocados, registrando um IDH de 0,890 e uma expectativa de vida de 80,6 anos. Foto: Srdjan Zivulovic /Reuters
24º - Áustria
Na terra natal de Mozart, o índice de desenvolvimento éde 0,893 e a população vive em média 81,6 anos. Foto: Dominic Ebenbichler/Reuters
23º - Finlândia
Dentre os países nórdicos, é o que está em posição mais baixa na lista, com um IDH de 0,895 e expectativa de de vida de 81 anos. Foto: Touko Hujanen/The New York Times
22º - Bélgica
Mais um europeu da lista, o país tem índice de 0,896 e expectativa de vida de 81 anos. Foto: Thierry Roge/EFE
21º - França
Um dos países mais visitados do mundo, a França tem IDH de 0,897 e sua população vive em média 82,4 anos. Foto: Fred Dufour/AFP
20º Luxemburgo
O pequeno país europeu registra um indicador de 0,898 e uma expectativa de vida de 81,9 anos. Foto: François Lenoir/Reuters
18º - Coreia do Sul
O país é um dos cinco asiáticos entre os 25 mais bem colocados, com um IDH de 0,901 e expectativa de vida de 82,1 anos. Foto: Mônica Nóbrega/Estadão
17º - Japão
Como outros asiáticos, se destaca pela média de vida de sua população, de 83,7 anos. Seu IDH é de 0,903. Foto: Franck Ronichon/EFE
16º - Reino Unido
A terra da rainha Elizabeth II tem um IDH de 0,909. A expectativa de vida é de 80,8 anos. Foto: Tal Cohen/EFE
15º - Liechtenstein
País é um dos nove europeus entre os 15 primeiros colocados, estando com um IDH de 0,912. O principado, localizado nas imediações da Suíça e da Áustri... Foto: Arnd Wiegmann/ReutersMais
12º - Hong Kong
Hong Kong é um dos dois representantes asiáticos dentre os quinze melhores colocados, destacando-se por ter a melhor expectativa de vida do ranking: d... Foto: Bobby Yip/ReutersMais
10º - Estados Unidos
O país é o único dentre os 27 primeiros colocados a ter uma expectativa de vida menor que 80 anos, registrando uma média de 79,2. Com um IDH de 0,920,... Foto: John G. Mabanglo/EFEMais
9º - Islândia
Mais um nórdico da lista, o país insular tem um IDH DE 0,921. Sua expectativa de vida é de 82,7 anos. Foto: Ilvy Njiokiktjien/The New York Times
8º - Irlanda
A terra natal de James Joyce tem um IDH de 0,923 e uma expectativa de vida de 81,1 anos. Foto: Tom Jamieson/The New York Times
7º - Holanda
País tem índice de 0,924 e expectativa de vida de 81,7 anos. Foto: Koen Van Weel/EFE
6º - Cingapura
País é o asiático mais bem colocado da lista, com índice de 0,925, tendo também uma das mais altas expectativas de vida: 83,2 anos. Foto: Edgar Su/Reuters
5º - Dinamarca
País registra índice de 0,925 e expectativa de vida de 81,1 anos. Foto: Daniel Akstein/Estadão
4º - Alemanha
O índice no país é de 0,926, com expectativa de vida de 81,1 anos. Foto: Thomas Peter/Reuters
1º - Noruega
Considerado opaís mais feliz do mundopela ONU, a Noruega está em primeiro lugar no ranking com um IDH de 0,949 (o do Brasil é de 0,754, por exemplo). ... Foto: Nerijus Adomaitis/ReutersMais
O relatório traz dois índices para avaliar as desigualdades de gênero. O Índice de Desigualdade de Gênero (IDgG) retrata as diferenças de oportunidades no acesso à saúde reprodutiva e à atividade econômica e de avanço do empoderamento.
Com a avaliação desse índice, o Brasil é deslocado para a 92.ª posição em uma lista de 159 países. Motivos não faltam. A taxa de mortalidade materna é de 44 mortes a cada 100 mil nascidos vivos. A Noruega, a primeira colocada no ranking, apresenta 5 mortes para cada 100 mil. Na política brasileira, apenas 10% dos assentos do parlamento são ocupados por mulheres. Até na Arábia Saudita o indicador é melhor que o do Brasil (19,9%) e a vizinha Argentina tem 37%.
A participação no mercado de trabalho também estampa a desigualdade. O levantamento mostra que 56,3% das mulheres acima de 15 anos estão no mercado de trabalho. Entre o grupo masculino, o índice é de 78,5%.
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Mais dados. Além do IDgG, o relatório traz outro índice para avaliar as diferenças entre gêneros. Batizado de Índice de Desenvolvimento de Gênero (IDvG), ele destrincha os dados do IDH geral para grupos masculino e feminino. Por esse indicador, o IDH de homens é 0,751 e o das mulheres, 0,754. A melhor pontuação do grupo feminino ocorre nas áreas de educação e expectativa de vida.
A média de anos de escolaridade entre as mulheres é de 8,1 e de homens, de 7,5. Já a expectativa de vida ao nascer das mulheres é de 78,5 e dos homens, 71. Embora a escolaridade das mulheres seja mais elevada, a renda per capita é maior entre homens. A renda das mulheres é de 10,672 (ppp paridade de poder de compra, uma medida internacional usada para permitir comparação entre diferentes moedas). Para homens, o indicador salta para 17.736 ppp.
