O Congresso de Honduras adiou na segunda-feira sua decisão a respeito de uma anistia política para o presidente deposto Manuel Zelaya, uma proposta do mediador Oscar Arias para superar a crise desencadeada pelo golpe militar de 28 de junho. Os deputados nomearam uma comissão especial que decidirá nesta semana sobre o perdão a Zelaya, acusado de violar a Constituição ao realizar manobras que permitissem sua reeleição. "O Congresso deve remeter essa opinião no prazo que vence na quinta-feira", afirmou o presidente do Congresso, José Saavedra. Um mês depois do golpe, crescem no Congresso os sinais de que a proposta de Arias, presidente da Costa Rica, será rejeitada pelos deputados. Mas a restituição de Zelaya como presidente, item central da proposta de Arias, cabe à Corte Suprema, que ainda não se pronunciou. "Enquanto eles (Congresso) não aceitarem (a proposta de Arias), estão perdendo tempo", disse Zelaya a jornalistas na localidade nicaraguense de Ocotal, perto da fronteira com Honduras. Os EUA insistiram na segunda-feira que Zelaya deve voltar ao poder, mas o desaconselharam a regressar a Honduras antes que seja superada a crise, a pior dos últimos 20 anos na América Central.
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